Iniciativa do grupo Juventude Santa-Clarense percorreu cerca de três quilômetros às margens do Arroio Saraquá, na manhã desse domingo, para o recolhimento de lixo.
O mutirão contou com a participação de 17 voluntários e coletou pouco mais de uma tonelada de resíduos, desde plásticos, metais, borracha, tecidos e até vidro.
O grupo foi dividido em dois trechos. Um de concentração na rua Padre José Afonso Weiler, nas imediações da empresa Artefatos de Cimento Wickert, e outro na rua José Francisco Allgayer, ao lado do Clube Esportivo. Os participantes caminharam em direção ao centro, percorrendo assim quase toda extensão da área urbana, até o ponto de encontro na rua Alberto Schabbach.
A coleta iniciou às 8h. Em cada grupo, participantes receberam sacos plásticos e varas com ganchos nas pontas para facilitar a retirada de materiais situados em locais de difícil acesso. “Queríamos terminar tudo em cerca de duas horas, mas devido à grande quantidade de lixo o mutirão passou do meio-dia”, aponta um dos integrantes, Ládio Orth.
De acordo com Orth, a proposta era carregar todos os resíduos encontrados no percurso até o local de encontro. No entanto, nos primeiros metros de caminhada, todos os sacos estavam cheios. “Caminhamos pouco mais de 300 metros e já não tinha mais espaço. Então decidimos deixar o lixo em pontos para coleta”, aponta.
Os voluntários se surpreenderam com a quantidade de lixo despejado no Saraquá. Entre os resíduos mais encontrados, estavam sacolas plásticas, restos de tecido, garrafas PET, pneus e pedaços de ferro, inclusive um fogão à lenha. “Não consigo entender como alguém joga um fogão dentro do arroio, acreditando que a água vai levá-lo embora”, destaca o participante Fernando Wassem. Ao todo, 35 sacos ficaram cheios de materiais.
Conscientização
A proposta do grupo, além de manter o ambiente limpo, é despertar na comunidade a preocupação com o afluente, visto o Saraquá ser considerado um dos arroios mais poluídos do RS. “Queremos que as pessoas entendam a importância de preservá-lo, pois ele cruza todo o perímetro urbano da cidade”, aponta Wassem ao citar os problemas de esgoto percebidos durante o mutirão.
Segundo o participante, em diversos pontos foi possível perceber o esgoto ingressando no arroio. “Além do mau cheiro, havia espuma na água.” Além disso, aponta para construções edificadas quase às margens do Saraquá. O grupo avalia a elaboração de um relatório sobre as situações percebidas durante o mutirão, documento a ser encaminhado ao poder público.
Os integrantes do mutirão enaltecem o resultado positivo da ação. Como exemplo, citam uma postagem no Facebook, que até ontem à tarde tinha 30 comentários e mais de 231 curtidas, quase todas de moradores da cidade.