“A Central é um bem público”, argumenta administrador

Lajeado

“A Central é um bem público”, argumenta administrador

Liminar altera modelo de tratamento. Sexta foi dia de manifestações

“A Central é um bem público”, argumenta administrador
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O Centro de Tratamento e Recuperação do Alcoolismo (Central) retomou o serviço de internações nessa sexta-feira. NO entanto, a Unidade de Desintoxicação (UD) permanece sem poder ser usada. A mudança ocorreu após decisão liminar e foi detalhada à ex-internos, comunidade e pacientes do local. Alguns integrantes levaram cartazes em apoio à Central.

Para voltar a atuar, o local também não poderá receber pacientes sem consentimento, nem os casos considerados críticos, quando os efeitos dos produtos geraram transtornos de comportamento graves. O programa de reabilitação, segundo repassado ao grupo, será mantido, mesmo sem a UD. Ele era o primeiro setor a compor o procedimento adotado desde 1986.

O presidente, Nardi Malfatti, desconfia que o novo modelo possa ter sucesso. “Todos sabemos que durante o uso intenso de drogas ou álcool, o indivíduo não tem condições de optar ou avaliar. Ele só quer continuar nesta rotina, ninguém vai querer ficar e terminar o tratamento.”

A decisão de voltar às atividades, segundo ele, foi uma forma de tentar amenizar os problemas financeiro causado pela falta de internações. Apesar da retomada dos serviços, afirma, o novo modelo deve reduzir o número de pessoas atendidas. O panorama fica exposto nos dados da própria clínica. Das 20 internações previstas para os próximos dias, apenas uma vai ser efetivada.

Necessidade de adaptação

Segundo o presidente, na próxima semana, uma reunião será feita com representantes da secretaria de Saúde do município na busca por alternativas para o convênio público. A falta de recursos já levou membros da diretoria à contrair empréstimos para manter a entidade.

Um dos agravantes, afirma, foram os investimentos feitos para adequar o local à um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado com o Ministério Público. “Estávamos contente que tínhamos cumprido tudo e veio esta nova decisão.”

As dificuldades enfrentadas pela entidade levaram o administrador Ademir Becker à cogitar deixar a Central. Segundo ele, o modelo proposto abre brechas para saída dos pacientes e deve interferir nos resultados. “A Central é um bem público que já ajudou muita gente. Está em jogo toda uma estrutura de sustentação, vamos ter que fazer uma triagem dos pacientes e nos adaptar.”

Ele atribui uma mudança da decisão à possibilidade de manter ajuda às pessoas em tratamento. Nos próximos dias, as reuniões semanais com os pacientes serão mantidas, assim como o atendimento aos cerca de 30 internados.

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