As perspectivas da cadeia leiteira e seus derivados será abordada durante o II Seminário de Interação Tecnológica Universidade-Empresa (Situe).
O encontro ocorre hoje, a partir das 9h, no auditório do Prédio 7, da Univates, em Lajeado.
Segundo o diretor administrativo do Parque Científico e Tecnológico (Tecnovates), Eloni José Salvi, o Situe discute temas como conforto animal, dieta total, interação universidade-empresa na criação de novos produtos e serviços, além de tendências para a cadeia leiteira.
Um dos palestrantes é o médico-veterinário holandês Johannes Joephus Maria Driessen. Ele fala sobre o trabalho desenvolvido na área de saúde animal. Em 1999, desenvolveu o primeiro workshop sobre cow signals (sinais da vaca), em que analisa os padrões de comportamento dos animais e a influência disso na produtividade.
“A vaca que espera em um piso de cimento para ser ordenhada sente desconforto e isso causa estresse. Trocar esse ambiente por um emborrachado melhora em 20% o rendimento produtivo”, destaca Salvi.
De acordo com ele, a busca por melhores condições de conforto ao rebanho fez com que o piso de borracha fosse expandido pela Europa nos últimos anos.
Em 2007, Driessen criou oficialmente uma empresa de treinamento sobre o cow signals e o conteúdo que já foi reaplicado em mais de 55 países. Além disso, desenvolveu o treinamento PeopleSignals, um modelo com o objetivo de motivar consultores e pecuaristas.
O palestrante Winston Giardini, zootecnista pela Universidade Estadual de Maringá, aborda a dieta total equilibrada e a sua interferência na produção em cada fase da vaca. “O manejo e a alimentação adequada, aliados ao conforto, são fundamentais para manter a viabilidade econômica da propriedade”, afirma Salvi.
À tarde, será apresentado o trabalho desenvolvido por empresas em parceria com a Tecnovates para criação de produtos e serviços. No período da noite, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, presidente-executivo da Dália Alimentos de Encantado, Dirceu Bayer, presidente da Cooperativa Languiru, e Oreno Ardêmio Heineck, diretor-executivo do Instituto Gaúcho do Leite, debatem tendências no mercado do leite e derivados.
As atividades serão ministradas por médicos-veterinários, zootecnistas, professores, pesquisadores, empresários, economistas e engenheiros agrônomos.
Atenção à alimentação
Há dois anos, o produtor Ilson Guillante, de Arroio do Meio, contratou um médico-veterinário para elaborar uma dieta equilibrada para o rebanho. Divididas em lotes, as vacas em lactação recebem um quilo de feno, 25 quilos de silagem e oito quilos de ração por dia. “A produtividade por vaca aumentou oito litros.”
Outra melhora percebida foi na taxa de reprodução. O intervalo entre uma prenhez e outra chegava a seis meses. Hoje reduziu para 60 dias. “O conforto e a alimentação interferem diretamente nos índices de produtividade.”