A divisão do fluxo de caminhões entre um estacionamento criado no bairro Aimoré e uma área de até 18 mil metros quadrados, na entrada do município, pode ser a alternativa para o problema histórico no trânsito local.
A assinatura do contrato de parceria entre BRF e a cooperativa Vale Log, para construção de um pátio de triagem para os fornecedores de matéria-prima da unidades da multinacional, deve efetivar a proposta.
De acordo com o presidente da cooperativa, Adelar Steffler, há um acordo para o desenvolvimento da iniciativa em parte dos três hectares disponíveis ao lado da ERS-130. Nele, serão feitos as marcações de chegada dos caminhões, além das autorizações de descarregamento.
O espaço seria locado pela multinacional e contaria com serviços, hoje, indisponíveis na área utilizada pelos motoristas. Eles teriam acesso a banheiros, restaurante e espaços destinados para descanso e banho. “Não será um hotel cinco estrelas, mas vai ser um local bom para eles ficarem.”
De acordo com Steffler, a iniciativa é baseada em uma proposta feita há dez anos, na época da criação da cooperativa. No período, a falta de apoio inviabilizou o projeto. Na área projetada para o pátio de triagem, seria possível acomodar até cem caminhões.
Conforme o presidente, serão realizados orçamentos com empresas para fazer as demarcações e construção da infraestrutura. Ainda não há estimativa do valor, mas as propostas serão apresentados aos 168 sócios. Entre as demandas indicadas por ele, está a instalação de uma lombada eletrônica na rodovia estadual. Para Steffler, a medida resultaria em mais segurança aos condutores e a situação se assemelha à de outras empresas às margens da ERS-130.
Aumento de trajeto
Entre os caminhoneiros, a proposta é vista com ponderações. Há 20 anos na profissão, Olavo Huber, 47, acredita ser necessário pensar alternativas para facilitar o acesso ao pátio da Vale Log. “É válido, mas assim fica meio fora da rota. Hoje, falta organização e bom senso. Cada um se vira como pode.”
De acordo com ele, a maior parte dos veículos abastecem a empresa pelo sentido Lajeado-Arroio do Meio. Com a necessidade de se deslocar até os trevos das cidades para fazer os retornos, estima um aumento do trajeto em mais de dez quilômetros.
Resultados com o tempo
Segundo o prefeito, Sidnei Eckerdt, os resultados mais imediatos da proposta devem ser sentidos na redução do acúmulo de trânsito de caminhões no bairro. Segundo ele, a tendência é de continuidade do uso de área próxima à multinacional por transportadores de ração.
O local tem capacidade de acomodar até 50 caminhões. Eckert afirma que a indicação dos profissionais foram analisadas durante os debates sobre o tema. “Para resolver a questão do bairro, vai-se intensificar o fluxo na ERS-130, mas é preciso aguardar os resultados.”
A alternativa surgiu após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em março, entre os empresários e o Ministério Público. Pela proposta, os caminhões podem utilizar parte da rua Presidente Vargas até o início de maio.
As primeiras tratativas na busca de uma solução para as reclamações de usuários da via entre o bairro Aimoré e o São Caetano ocorreram em 2009. O impasse gerou mobilizações populares.