A forma de pagamento entre credores e administradores da Laticínios Hollmann pode ser definida no fim deste mês.
O terceiro encontro para discutir e votar plano de pagamentos apresentado pela empresa ocorre no dia 26, às 14h, no Centro Comunitário de Seca Baixa.
A decisão foi protelada a pedido dos representantes de instituições bancárias para revisão dos documentos e contrapropostas. Produtores e ex-funcionários aceitaram a proposta.
Antes da votação oficial que seria computada no sistema, no dia 24 de março, o administrador do processo realizou simulação de votação. A Caixa Econômica Federal se posicionou contra o plano de pagamento para a categoria. Com a divisão dos votos, a reunião foi transferida.
Conforme os advogados da Hollmann, os credores quirografários com garantia real (Caixa, Banrisul e Sicredi) receberiam em 120 meses, com um ano de carência. Para eles, a empresa deve o equivalente a R$ 3,6 milhões.
Com a atual proposta, os fornecedores com créditos até R$ 5 mil receberão em parcelas trimestrais de R$ 500.
Valores acima disso seriam quitados em dez anos. Os ex-funcionários habilitados no processo devem receber em até um ano. Nas três categorias, a empresa pediu um ano de carência, com objetivo de gerar capital durante o período.
Setor fragilizado pelas administrações
Conforme o presidente da Sociedade dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentos e Laticínios (Stica), Pedro Mallmann, o setor de processamento de leite está cada vez mais fragilizado. Das seis empresas cadastradas na entidade, apenas três trabalham com alta produção, duas estão fechadas e outra em fase de reabertura.
O principal motivo para fechamento ou troca na administração das plantas industriais é a dificuldade financeira. “É preocupante essa mudança toda. O sistema não engrena e não há nenhuma política consistente ou instável no setor. Não passa confiança”.
Em Imigrante, o fechamento do Hollmann causou a demissão de 50 funcionários diretos. Em Fazenda Vilanova, a LBR, antiga Bom Gosto, foi comprada na tentativa de se reeguer e a atual administradora, Lactalis, fechou a fábrica no fim do ano passado. O local será um centro de distribuição. Antes empregava 160 pessoas. O número foi reduzido para 32.
Em Teutônia, com a transição de Elegê para Elebate, e agora Lactalis, 80 vagas de emprego foram extintas. A Mimi eliminou ou realocou 45 trabalhadores.
Entre as empresas que menos apresentam problemas ou instabilidade, a Languiru recebe lugar destacado. “Ela garante equilíbrio por ser uma cooperativa com diferentes seguimentos.”