Hora de reconstruir
O Lajeadense caiu. É hora de arrumar a casa e corrigir os erros para que o retorno à elite gaúcha ocorra já em 2017. Listo abaixo alguns tópicos que foram cruciais para a campanha do rebaixamento.
• Lesões de atletas importantes
Destaques das últimas conquistas, o goleiro Giovane, o zagueiro Laércio e o volante Mateus Santana terminaram 2015 com lesões graves no joelho e ficaram de fora de todo Gauchão. Reinaldo Silva e Marabá iniciaram a competição lesionados e demoraram até entrar na equipe titular.
• Aposta em treinador que nunca tinha vencido um jogo oficial
No primeiro trabalho como treinador, no Esportivo de Bento Gonçalves, Rodrigo Carpegiani disputou seis partidas. Empatou três e perdeu outras três.
• Demissão do preparador físico a poucos dias da estreia
Se não bastasse ter um treinador inexperiente, a direção do Lajeadense apostou em Moacir Alves para comandar a preparação física do elenco. A 15 dias da estreia no Gauchão, a direção demitiu Alves e trouxe de volta Florindo Ghidini.
• Apostas que não deram certo
Antes de começar o Estadual, o lateral-esquerdo Diego Hoffmann, que recém havia sido contratado, foi dispensado após amistoso com um time amador. Contratado para ser titular na defesa, o zagueiro Cássio (campeão brasileiro com o Fluminense) nem atuou. O atleta conviveu com lesões durante todo Estadual e ficou no banco em apenas um jogo.
• Falta de um centroavante matador
Diferentemente de outros anos, quando a equipe sempre teve um atacante brigando pela artilharia, nesta temporada o ataque deixou a desejar. Em 13 jogos, o Lajeadense balançou as redes em apenas nove oportunidades. Tendo em Erik o principal destaque. O meia-atacante marcou quatro gols. Os outros que balançaram as redes foram Murilo (três vezes), Vareta e Reinaldo Silva, uma vez cada.
• Problemas defensivos
Não foi só o ataque que deixou a desejar. Desde que subiu para a elite, o Lajeadense, pela primeira vez, não teve uma defesa sólida. Em 13 partidas, o time teve quatro duplas de zaga diferentes e sofreu 17 gols. Em 2015, por exemplo, Leandro Camillo e Everton atuaram juntos em 14 dos 15 jogos da primeira fase. A dupla que mais atuou neste ano foi Gabriel Atz e Edson Borges, seis vezes. Os treinadores que passaram pelo clube ainda testaram: Luís Henrique e Edson Borges (três vezes), Leo e Edson Borges (três vezes), além de Leo e Gabriel Atz, em uma oportunidade.
• Comportamento fora de campo
Desde a pré-temporada, o comportamento de alguns atletas mostrou falta de profissionalismo. Houve boatos sobre alguns jogadores. Presença em casas noturnas, bebedeira e confusões. Em entrevistas, treinadores e dirigentes relatavam que os problemas extracampo estavam atrapalhando o rendimento do time na competição.
• Demora para trocar de treinador
A direção bancou o técnico Rodrigo Carpegiani até a sexta rodada. O Passo Fundo, por exemplo, trocou Ben Hur Pereira por Paulo Porto já na segunda rodada e, depois, trocou o comandante próximo da zona de classificação.
• Em tempo
Mesmo com a fraca campanha no Gauchão, o clube conseguiu encontrar bons jogadores que, se permanecerem no clube, poderão colaborar na Divisão de Acesso. Cito o goleiro Paulo Henrique que não sentiu a pressão de substituir o experiente Lauro e foi bem nos dois últimos jogos. Outros atletas que fizeram um bom campeonato foram o volante Maurinho e o lateral-direito Juninho Pavi.