Na Escola Municipal de Ensino Fundamental São Caetano, em Arroio do Meio, os alunos são os responsáveis por cuidar dos jardins, da horta, ajudar na limpeza das salas de aula, separação do lixo e não desperdiçar água.
O ensino sobre preservação ambiental transita entre as disciplinas. Nas séries iniciais, o contato direto com a rua endossa as práticas iniciadas em aula. Para a diretora Andrea Barth, as mais de 20 ações socioambientais empregadas no colégio contribuem para a compreensão de preservação ambiental.
Segundo a diretora, os estudantes aprendem na prática as dificuldades em manter as plantas, após o simples ato da semeadura. “Depois do plantio das árvores no pátio, perceberam como as mudas são vulneráveis ao tempo e quanto é preciso cuidar para que se fortaleçam, pois algumas morrem antes do primeiro ano.”
A implementação de uma disciplina obrigatória de Educação Ambiental na escola, segundo ela, não alteraria muito o cotidiano que existe. Na escola, os próprios alunos cuidam do embelezamento, regando as flores, recolhendo o lixo, dando destino ao óleo de cozinha, que vira sabão.
No ano passado, o colégio se destacou na Feira de Ciências da Univates, por meio de um projeto sobre o uso da água. De acordo com a professora Patrícia Kroth, os alunos pesquisaram as famílias dos bairros para saber quanto é o consumo de cada uma. Tinham como parâmetro a dica de consumo da ONU – 110 litros de água por dia por pessoa. “Descobriram que a maioria se encaixa e apenas uma pequena parcela ultrapassa o que é aconselhado para consumo.”
O projeto que visa tornar a Educação Ambiental disciplina obrigatória nas escolas está em votação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal.
De autoria do senador Cássio Cunha (PSDB/PB), tem como justificativa a “conscientização das novas gerações sobre o uso indevido dos recursos naturais.” Hoje, as escolas são orientadas a abordar princípios de educação ambiental de forma interdisciplinar.
Ambiente com enfoque humanista
De acordo com o coordenador pedagógico da 3ª Coordenadoria Regional de Educação Fábio Mallmann, a Política Nacional de Educação Ambiental prevê a construção da consciência ambiental por meio de valores sociais que envolvem conhecimentos, habilidades, atitudes e competências ambientais. “É um componente essencial e permanente, devendo estar presente de forma articulada em todos os níveis do processo educativo.”
Mallmann afirma que um dos princípios básicos da Educação Ambiental é o enfoque humanista, democrático e participativo. As diferentes ideias devem ser levadas em conta – o que ocorre na maioria das escolas estaduais.
Dessa forma, a 3ª CRE orienta e reforça o trabalho das escolas estaduais para compreensão integrada de meio ambiente. A coordenadoria deixa livre as escolas para formar parcerias com entidades municipais e estaduais.
Segundo o coordenador, as escolas têm à disposição instrumentos para debates e ações em temáticas específicas, como reciclagem e reuso da água. Cita ainda a ferramenta de educomunicação ambiental – metodologia que propõe o uso de recursos tecnológicos modernos e técnicas da comunicação na aprendizagem através de meios de mídia.
