Juventus forma craques há mais de duas décadas

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Juventus forma craques há mais de duas décadas

Com mais de 300 títulos conquistados, a Juventus, de Teutônia, se consolida como uma das principais escolinhas de base do RS. Em abril, os atletas se preparam para estrear no Estadual da Noligafi 2016

Juventus forma craques há mais de duas décadas

A história da Juventus iniciou em 1994 com a mobilização de Gilmar Wiethöter e um grupo de empresários das cooperativas Languiru, Certel e Sicredi.

O convidado para coordenar as atividades da escolinha recém-criada foi o professor de Educação Física e ex-militar de Santa Maria, João Bandeira.

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Primeiro treino ocorreu na sede do Esperança, no dia 31 de julho de 1994. Até aquele momento, a escolinha não tinha nome. Foi batizada pelos 85 alunos que participaram da atividade inaugural. “Fizemos uma votação. No fim, a Juventus ganhou com oito votos”, lembra Bandeira.

De lá para cá, passaram-se 21 anos e a Juventus se consolida como uma das principais formadoras de base do RS. Na sede da entidade, estão expostos cerca de cem troféus. Outros 200 ficam na casa de representantes da diretoria. “Não tinha espaço para tudo”, justifica Bandeira.

Logo na primeira competição que disputou, em 1995, a Juventus já levantou uma taça. Foi a conquista da Copa Piá de Futsal com os atletas da categoria sub-15.

Três anos depois, em 1998, a Juventus surpreendeu ao ganhar o Campeonato Regional de Base promovido pela Aslivata em todas as três categorias (83/84, 85/86 e 87/88). “A partir daí essa parte competitiva se desenvolveu muito.”

Uma das principais conquistas foi registrada no ano passado, quando a equipe sub-15 se sagrou campeã da Nova Liga Gaúcha de Futebol Infantil (Noligafi). Na decisão, o time juventino derrotou o Vila Nova, de Passo Fundo, por 3 a 1.

Em 2016, 15 agremiações disputam a competição estadual. Elas são divididas em três grupos com cinco times cada. Juventus está na chave A com Grêmio, Ypiranga, Novo Hamburgo e Gramadense. A estreia ocorre no dia 10 contra o Novo Hamburgo, em Novo Hamburgo.

Dificuldades no meio do caminho

Nos anos 2000, uma crise atingiu dois patrocinadores da Juventus. A situação, que poderia prejudicar as atividades, serviu para a entidade se unir às escolinhas do Gaúcho e Canabarrense. Dessa forma, a Juventus começou a receber auxílio da administração municipal.

“Nós só podemos dar certo. Se der errado é a nossa vida”

A Hora – Por que o nome Juventus?

João Bandeira – Foi uma iniciativa dos próprios alunos. A gente queria evitar dar o nome de um clube amador para não criar uma situação de meninos de outras comunidades não virem para cá por causa disso.
Então sugerimos uma votação. Pegamos uma caixa de papelão, distribuímos um pedaço de papel em branco e cada um escreveu o nome que gostaria. Três grupos se organizaram melhor. Teve votação para Arsenal, para Dínamo e para Juventus. No fim, a Juventus ganhou com oito votos.
A escolha desse nome foi por causa do time italiano. Lembro que na época o campeonato italiano era muito forte. A Juventus chamava a atenção. Ficou um nome bom.

Qual foi o momento mais marcante nos 21 anos de atividade?

Bandeira – A Juventus trabalha com futebol, mas tem um slogan que foge um pouco disso. A gente insiste em dizer que o futebol é uma ferramenta. A prioridade é a educação.
Tenho inúmeros títulos para destacar, mas uma coisa que me chamou muito a atenção ocorreu na semifinal do Campeonato Regional Juvenil do ano passado. Nós estávamos no vestiário e percebemos que, dos 18 atletas, cinco tinham sido aprovados na semana anterior em vestibulares. Naquele momento comprovamos que dá para levar esporte com o estudo e formação pessoal.
Tenho boas lembranças do passado, mas estou muito orgulhoso do que temos hoje. Não só a nível de resultado dentro de campo, mas também pelos profissionais que temos e meninos que passam por seis anos de aprendizado e têm condições de seguir a vida, seja ela dentro do campo ou não.

O que faz a Juventus ser tão forte na formação de base?

Bandeira – Em uma outra entrevista, me pediram por que havia tantos projetos de futebol que iniciavam e não tinham sequência e o nosso dava certo. Eu disse que é simples, pois temos um grupo de trabalho que não tem outra alternativa. Nós só podemos dar certo. Se der errado é a nossa vida. Não é só um emprego.
Montamos um grupo de trabalho com profissionais da área de Educação Física. Nós não temos um plano B. Ninguém aqui tem um emprego na padaria ou no posto de gasolina e dá um treino porque é apaixonado por futebol. Todo mundo estuda, bota dinheiro e tempo. É cada um dando o seu melhor.

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