O governador José Ivo Sartori veio à região pela quinta vez nessa sexta-feira, 1º. O motivo foi a inauguração oficial dos três quilômetros de asfalto na ERS-130, em Cruzeiro do Sul.
Sartori também aproveitou a ocasião para visitar o novo complexo industrial da Girando Sol, em Arroio do Meio, cuja inauguração ocorreu à noite.
O governador chegou de helicóptero por volta das 16h15min, acompanhado do diretor-presidente do Daer, Ricardo Moreira Nunes, e do secretário dos Transportes, Pedro Westphalen. Após pousarem no campo do Esporte Clube Cruzeiro, seguiram de carro até a localidade de Bom Fim, paraa cerimônia de inauguração.
O diretor do Daer foi o primeiro a falar sobre a obra. Nunes lembrou que os trabalhos foram iniciados em uma época em que vários convênios foram promovidos, mas muitos acabaram abandonados pelo poder público. “Pelo menos esse teve sequência e foi concluído agora, em esforço do governo em meio à crise.”
Westphalen falou sobre os programas do governo na área dos transportes. Entre eles, plano estadual de transportes aeroviários, já em andamento, e o investimentos nas hidrovias. “Também fizemos um esforço para desvendar os imbróglios de convênios como o dessa obra de asfalto.”
Disse ainda que o Piratini, apesar de ter diminuído o ritmo das obras, quitou passivos com construtoras existentes desde 2013 e está em dia com todos os pagamentos. “Não devemos nada a ninguém e essa é uma maneira respeitosa de lidar com os construtores.”
O prefeito Cesar Leandro Marmitt ressaltou o longo período de espera do asfalto por parte da comunidade. “Muitas pessoas podem dizer que a obra é menos importante por ser apenas três quilômetros, mas é fundamental para o escoamento da produção e para empresas e famílias instaladas à beira da rodovia.”
O governador abriu seu pronunciamento lembrando ser a primeira vez que visita o município. Como em outras passagens pela região, evidenciou as dificuldades financeiras do Estado e o esforço para assegurar investimentos mesmo em meio à crise.
Complexo Industrial da Girando Sol
Com 22 mil metros quadrados, o complexo industrial da Girando Sol recebeu investimentos de R$ 45 milhões. Nova estrutura integra as três unidades que antes funcionavam separadamente. Empresa de produtos de limpeza tem 320 funcionários. A inauguração do parque fabril marca os 25 anos da Girando Sol.
“A queda da economia brasileira tira capacidade financeira do RS”
A Hora – Nesta semana o governo confirmou mais um parcelamento nos salários dos servidores, mesmo com a adoção de medidas como o aumento do ICMS e contingenciamento de despesas. Qual a previsão de solução para o problema da folha de pagamento?
Sartori – Na verdade o Estado tem uma dívida com a União que representa mais de R$ 3 bilhões por ano. Temos grande produtividade agrícola que nos dá a capacidade de um PIB com boas projeções. Por outro lado, perdemos com as exportações mais de R$ 3,2 bilhões durante o ano de 2015. Estamos fazendo de tudo desde o primeiro dia do nosso governo, para pagar em dia todos os funcionários, mas infelizmente precisamos controlar gastos.
Como a crise econômica brasileira influencia nas finanças do Estado?
Sartori – A queda da economia brasileira tira capacidade financeira do RS. Considero positivo nosso trabalho para construir o equilíbrio do Estado. Tem gente que acha que é choro, mas não posso pagar por aquilo que não tenho dinheiro. Tentamos colocar a casa em ordem, procurando fazer bem feio aquilo que podemos. Ontem mesmo encaminhamos projeto que muda a EGR, para que assuma mais funções, e encaminhamos a lei para fazer as concessões rodoviárias. Não tenho preconceito ideológico com as parcerias público-privadas, pois é a única maneira de investir na infraestrutura do Estado.
Os hospitais filantrópicos do Vale ainda têm recursos a receber do Estado e fazem campanha de arrecadação para superar as dificuldades. Qual a previsão para quitar esses débitos?
Sartori – É preciso esclarecer que fizemos um acordo com todos os hospitais e prefeituras para renegociar a dívida de 2014 e parte de 2015 em três anos. Essa é uma caminhada difícil, mas estou muito mais preocupado com o anúncio de cortes do governo federal, na ordem de R$ 15 bilhões, com tendência de prejudicar ainda mais os estados e municípios.
Qual a efetividades do aumento no ICMS?
Sartori – Se não alterou tudo, pelo menos assegurou que os municípios não tivessem queda ainda maior na arrecadação. Isso permite que os gestores possam enfrentar as suas realidades locais. Porque as pessoas moram no município e, se os prefeitos não tiverem condições de atuar, ficarão ainda mais prejudicados.