Encontro aborda qualidade da silagem

Arroio do Meio

Encontro aborda qualidade da silagem

É preciso cuidar da regulagem das máquinas, ponto de corte, armazenagem e vedação

Encontro aborda qualidade da silagem
Arroio do Meio

A propriedade de Dirceu Gräf, de Forqueta, recebeu cerca de 70 produtores de leite e profissionais ligados à Emater, Secretaria de Agricultura e coordenadores do Programa de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários (Pisa), implantado há quatro anos no município.

Conforme o secretário Paulo Heck, são promovidas dez tardes de campo por ano. “O objetivo é levar conhecimento para o produtor melhorar a gestão da sua atividade.”

A tarde de campo realizada na terça-feira abordou a produção de silagem. Ministrada pelo assistente técnico regional em Sistema de Produção Animal da Emater/RS-Ascar, Martin Schmachtenberg, a palestra e as atividades práticas buscaram informar o produtor sobre os cuidados necessários para obter um alimento de qualidade para o rebanho leiteiro.

Entre os pontos principais a serem observados, está o de corte das plantas. Esse deve ser feito quando as espigas atingem 2/3 da linha do leite, ou seja, passaram do ponto de consumo como milho-verde. “O ideal é ter pelo menos 35% de matéria seca.”

Chama atenção para a regulagem das máquinas. O tamanho das partículas deve variar entre meio e dois centímetros. “Se for maior, dificulta a compactação. E quando tiver tamanho menor, pode prejudicar a digestão do animal.”

Quanto à armazenagem, Schmachtenberg aconselha estocar a matéria-prima em silos trincheira, feitos de material. Além de melhorar a compactação, impede a entrada de ar quando o silo é aberto para iniciar o trato. “Reduz-se as chances da silagem apodrecer ou azedar.”

Quando a silagem é depositada na lavoura, o produtor precisa observar detalhes como o relevo e a quantidade de matéria seca das plantas cortadas. Se for baixa, o ideal é depositar na terra. Ao fermentar, ocorre o chamado “choro do milho”. “Se está no solo, é absorvido e impede o apodrecimento ou mofo do alimento.”

Schmachtenberg alerta para os cuidados na hora de compactar. O ideal é utilizar dois tratores. Um para o corte e outro para comprimir o alimento. A terra quando misturada com a silagem aumenta as chances de criar mofo. “Importante a compactação seguir o mesmo tempo de colheita. Se demorar duas horas para cortar, o produtor deveria destinar o mesmo período para aglutinar.”

Pronta em 21 dias

Após este período, o alimento está pronto. O tempo de conservação chega a três anos. A quantidade a ser tratada para vacas leiteiras, por exemplo, é de dez a 20 quilos por dia, tendo por complemento ração e pasto verde. “Por dia é recomendado retirar 20 centímetros.”

A rentabilidade por hectare varia entre 30 e 50 toneladas, dependendo da qualidade das sementes, adubação, manejo e condições meteorológicas. O custo chega a R$ 4 mil, uma média de R$ 0,10 por quilo produzido.

Em todo estado, 357,8 mil hectares serão destinados à produção de silagem, um aumento de 2,47%, em comparação com o ciclo anterior. Na região, 55% total da área é destinada para produção do alimento.

Tecnologia inovadora

Jandir Steffens, de Forqueta Baixa, usa o método do silo trincheira desde 2014. No espaço, armazena alimento para 75 animais. “Não dá barro, utilizo uma única lona e consigo aproveitar 100% do alimento, que é de total qualidade.”

Além disso reforça o produtor, reduz os custos de produção. Steffens tem espaço para armazenar 20 hectares de silagem, mas neste ano conserva o pasto de 14 hectares. A previsão é que o alimento dure dez meses, o que lhe dá tranquilidade para o período de transição das pastagens. Se fosse o método tradicional, aponta, teria que fazer 20 silos nas roças para compensar.

Para ele, a silagem é um importante complemento na alimentação das 12 vacas, cuja produção chega a 240 litros por dia. “O manejo nutricional é fundamental assim como as tardes de campo. A gente tem a oportunidade conversar, trocar ideias, aprender”, acredita.

De acordo com o secretário Heck, o município incentiva o método desde 2012 devido a uma série de fatores. O principal, economia aos cofres públicos. “No ano passado fechamos de forma gratuita 2,6 mil silos de lona.” No município, a produção leiteira abrange 419 produtores. Por dia, são produzidos 64 mil litros.

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