O governo gaúcho publicou no Diário Oficial do Estado, nessa segunda-feira, a convocação de 178 aprovados em concurso público para a Brigada Militar (BM).
São chamados 139 agentes para o policiamento ostensivo e 39 aos bombeiros. A medida busca suprir as vagas deixadas pelos policiais temporários, sendo duas no Vale do Taquari.
De acordo com o chefe do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO), coronel Humberto Teixeira, não há uma confirmação do Estado sobre o número de PMs a serem destinados para cada região. “Se o governo nomeou esses servidores para suprir os temporários, deveremos ganhar dois.” Ambos atuavam em Lajeado e saíram na metade deste mês.
Além dos 178 agentes, foram chamados 35 suplentes para o preenchimento de vagas em caso de eliminação, desistência ou ausência dos candidatos.
A nova junta de avaliação médica ocorre no dia 26 de abril, na Academia de Polícia Militar (APM), em Porto Alegre. O exame dos candidatos e suplentes para o cargo de bombeiro começa às 8h e para o cargo de soldado, às 10h. A etapa seguinte será realizada nos dias 23 e 24 de maio.
Na sequência, os servidores iniciam o curso de formação, cujas aulas levam cerca de seis meses. Dessa maneira, os novos policiais devem estar nas ruas apenas entre o fim deste ano e o começo de 2017.
Entenda
No dia 25 de fevereiro, o governo anunciou o fim do contrato com mais de 170 policiais temporários, servidores lotados na guarda de presídios e nos quartéis, onde também atuavam como telefonistas e recepcionistas. Após uma série de manifestações da sociedade, o Estado anunciou que estenderia o prazo para as saídas. Contudo, não houve prorrogação contratual.
Número insuficiente
De acordo com o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da BM (Abamf), Leonel Lucas, a convocação é insuficiente. Apenas neste ano, justifica, saíram mais policiais da corporação do que os chamados nesta etapa.
Desde o começo de janeiro, 332 PMs ingressaram na reserva. Em 2014, foram 2,1 mil. Para a associação, o motivo de tantos policiais solicitarem a aposentadoria é a falta de consideração do governo estadual. “Muitos soldados e sargentos que realizaram cursos e deveriam ser promovidos em maio de 2015. O Executivo também não efetuou as promoções de novembro de 2015 e nem cogita entregar divisas em 2016”, aponta o presidente.
Além disso, o não pagamento de horas extras, o parcelamento dos salários, a falta de material e a chance de enfrentamento com bandidos contribuem para desestimular os policiais militares. O atual quadro de servidores, aponta a Abamf, é o menor dos últimos 35 anos.
Segundo levantamento do comando central, existe defasagem superior a dez mil homens no estado. Vinte mil estão nas ruas. No Vale do Taquari, estima-se que o número de PMs esteja 40% aquém do necessário para o cumprimento das necessidades.