A Fundação para Reabilitação das Deformidades Crânio-Faciais (FundeF) tenta ampliar a capacidade.
Por meio da Campanha 1º Passo, a entidade busca doações dedutíveis do Imposto de Renda para concluir o projeto arquitetônico que orientará a construção de um novo hospital.
Na dedução, cujo ano base é 2015, pessoas físicas que fazem a declaração completa podem doar 3% do Imposto de Renda. Basta declarar como beneficiário o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (Comdica). O próximo passo é encaminhar o Documento de Arrecadação da Receita Federal (Darf) pago, com uma confirmação de que o valor deve beneficiar o programa da FundeF.
Também é possível fazer doações, a serem incluídas nas próximas declarações do Imposto de Renda, por meio de boletos gerados pela fundação.
Pessoas jurídicas, empresas e indústrias devem procurar a equipe diretiva da entidade, para consultar as modalidades de contribuição.
De acordo com o presidente da FundeF, Adriano Strassburger, após adaptações técnicas, o valor do projeto do novo centro clínico especializado ficou em R$ 250 mil. A planta, indica, foi elaborada de um modo genérico, e ajustes finais foram definidos com auxílio de profissionais da saúde que integram a equipe médica.
Até o momento, indica, foram arrecadados cerca de R$ 210 mil, mas ainda há empresas confirmando o auxílio.
Segundo Strassburger, é essencial atingir essa meta para que a continuidade da campanha não seja prejudicada. “Estamos em um processo final de arrecadação, depois precisamos começar uma mobilização ainda maior”, vislumbra.
Um novo espaço de atenção
Conforme Strassburger, o espaço que abriga a Fundef tornou-se limitado, o que torna desconfortável a interação entre profissionais e pacientes. Para ele, a entidade sempre será grata ao Hospital Bruno Born, mas a construção de um espaço próprio é um objetivo traçado faz muito tempo.
Além de criar um novo centro de atenção, e de possibilitar o aumento no número de atendimentos e a ampliação de serviços oferecidos, o novo hospital centralizará a atuação. A ideia é evitar que atividades que se complementam sejam realizadas em lugares diferentes. “Atualmente a saúde auditiva funciona em duas salas alugadas”, lamenta.
O projeto ainda não foi finalizado, mas Strassburger já revela que há uma movimentação para viabilizar o próximo passo, que considera gigante. Para a construção do hospital, revela, a verba inicial necessária é de aproximadamente R$ 15 milhões.
A arrecadação, indica, pode ser feita da mesma maneira como vem ocorrendo até o momento, mas há outras opções. Para ele, como o valor é muito maior, é preciso pensar em novas estratégias. A ideia dos gestores da FundeF, que é referência internacional no tratamento de pessoas com fissuras labiopalatais e deficiências auditivas, é buscar ajuda no mesmo nível de alcance da atuação da entidade.
Espaços e serviços
A construção da nova estrutura que vai abrigar a FundeF ainda não tem data para começar, mas algumas definições sugerem as melhorias que serão viabilizadas. O hospital deve ter cerca de sete mil metros quadrados.
Serão três pavimentos, divididos entre centro clínico e de intervenções médicas, setor administrativo e espaço de serviços complementares.
Conforme Strassburger, há uma atenção especial a itens básicos, que no funcionamento de um hospital podem se tornar complexos. Além do tratamento dos resíduos hospitalares, estrutura sanitária, lavanderias, refeitórios e cozinha, revela, o novo hospital abrigará espaços para estudo e um auditório para até 150 pessoas.
Com a sede própria, a FundeF também poderá encaminhar ao Ministério da Saúde a solicitação do registro de atuação de alta complexidade. “Centros de atendimento de média complexidade têm limites impostos por portarias do SUS. Dessa forma poderemos realizar intervenções cirúrgicas que nem sempre eram viáveis”, comemora.
Hoje a fundação atende exclusivamente por meio do SUS, o que pode mudar com a construção do novo prédio. “Não descartamos a possibilidade de realizar atendimentos privados ou com outros convênios”, conclui.