Consumidores devem se deparar com novos reajustes na hora de ir ao supermercado dentro das próximas semanas. De acordo com projeção da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), o preço da carne de frango subirá entre 10% e 15% até julho.
A estimativa leva em consideração os seguidos aumentos do milho, principal insumo para a criação das aves. Segundo a associação, a oferta do cereal está em escassez desde o último trimestre do ano passado, o que forçou alta superior a 60% no valor da saca. Em virtude disso, produtores alegam prejuízos pelo terceiro mês consecutivo.
Para o presidente da Asgav, Nestor Freiberger, há um contrassenso no mercado de grãos no RS, que retém ou exporta a produção, em vez de vendê-la para atender a demanda local. Uma das alternativas para aliviar o preço das rações é a importação de cereal da Argentina. A situação deve ser estabilizada nos próximos meses, com a entrada do milho safrinha.
Outros fatores registrados nos últimos seis meses colaboram para o encarecimento da produção, aponta a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Nesse período, o setor avícola enfrentou alta de 23% nos custos. Desses, 9% correspondentes ao milho mais caro.
Refeição mais cara
Os preços do frango e também dos ovos aumentam de forma recorrente desde o começo deste ano. O quilo da carne passou de R$ 6,47, em janeiro, para R$ 6,61 nesta semana, conforme dados da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). No mesmo período, a dúzia passou de R$ 4,69 para R$ 5,39.
As carnes bovina e suína também registram aumentos nos últimos meses. Em virtude disso, todas as capitais brasileiras tiveram elevação no preço da cesta básica neste começo de ano.
Moradora do bairro Americano, em Lajeado, Ilse Maria Feigenbaum, 68, passou a ter maior atenção na hora de ir ao supermercado. “Os preços aumentaram muito. Se antes eu gastava R$ 100 por semana, agora gasto R$ 150. É preciso pesquisar bastante antes de colocar no carrinho.” Uma das alternativa para baratear a refeição é a escolha por pratos com menos carne.