Sucesso lajeadense na  terra da rainha

Comportamento

Sucesso lajeadense na terra da rainha

Edu Bisogno vive faz oito anos em Londres. Por lá, fez carreira musical e só em 2015 trabalhou com mais de 20 bandas. O artista aproveitou a turnê de seu conjunto, Lowly Hounds, para visitar a família e rever os amigos

Sucesso lajeadense na  terra da rainha
Vale do Taquari

Com o teclado a postos, é hora de tocar rock and roll. Na plateia, rostos conhecidos e velhos amigos vibram ao som das canções autorais da banda britânica Lowly Hounds.

Para Edu Bisogno, tecladista, passar por Lajeado em turnê é sempre especial. “Minha família e amigos de longa data vivem aqui.”

Há oito anos morando em Londres, faz questão de visitar a região onde nasceu sempre que pode. De preferência, acompanhado dos colegas de banda. A intenção é consolidar a carreira da Lowly Hounds não só por toda a Europa, mas também no Brasil. Depois de ter agitado o Galera’s Rock Bar no sábado passado, a banda ainda marcou presença de forma acústica no Happy Hour Cultural do Clube Tiro e Caça.

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O interesse pela música acompanha Bisogno desde a infância. Veio como herança de família. O histórico é de gerações de avós e tios que trabalhavam em orquestras e saraus. Os pais, apesar de nunca terem se interessado por instrumentos ou canto, têm vasta coleção de discos de vinil. “Meu pai até trabalhava como DJ em festas.” Quando criança, Bisogno tocou desde flauta a violão, guitarra e órgão.

Já na universidade montou por diversão o Projeto Hard Working Band, no qual atuava como tecladista. A história ficou séria e a banda tomou grandes proporções. “Quando me dei conta, já estávamos no segundo disco.” Foi quando resolveu se juntar à Video Hits e logo alcançou sucesso. Foram contratados pela Abril Music e lançaram disco gravado em um dos melhores estúdios de música no Rio de Janeiro.

Depois de terminada a Video Hits, Bisogno ainda participou de projetos pequenos, quando veio o convite para se juntar à Cidadão Quem. “Peguei o final da temporada elétrica, e entrei na fase acústica.” Em paralelo, trabalhou como músico freelancer na gravação do DVD da banda Papas da Língua.

Em 2004, quando a Cidadão Quem deu uma pausa às atividades, Bisogno decidiu viajar. O destino escolhido foi Londres. “Tinha amigos estabelecidos lá.” A ideia inicial era trabalhar e fazer cursos de marketing, área em que também atuava profissionalmente. Mas com a demanda de trabalho no ramo da música “falou mais alto”.

Caminho

Depois de seis meses trabalhando no repertório solo de Varey, Bisogno propôs montarem uma banda juntos, em que todos tivessem participação criativa. Convidaram então um baterista gaúcho que reside em Londres e um baixista de Oxford. Em setembro de 2014, surgiu a Lowly Hounds.

Já em novembro daquele ano gravaram o primeiro EP com cinco músicas, intitulado Roalling Road. Em março de 2015, a banda começou a fazer shows. A ideia sempre foi construir carreira no Reino Unido (expandindo para toda a Europa) e no Brasil. Em novembro do ano passado, os músicos pousaram em solo brasileiro. A convite de Duca Leindecker, a Lowly Hounds abriu os shows da turnê do artista.

Alguns amigos acostumados a trabalhar somente como músicos freelancer questionam o motivo de Bisogno insistir em sua banda autoral. Para ele e os outros artistas da Lowly Hounds, há necessidade de criar algo novo e próprio. Nas altas temporadas, quando Bisogno trabalha intensamente com bandas cover, tocar música autoral é um alívio. “É equilíbrio necessário para mim.”

Em passagem pelo Brasil neste mês, a banda tocou em Chapecó, abrindo novamente show de Leindecker. Também se apresentou em festival musical ao lado de bandas gaúchas renomadas. Agora, a Lowly Hounds parte para São Paulo para participar de alguns shows secretos e finalizar a divulgação do primeiro EP.

O próximo está sendo feito. A produção ficou por conta do baixista da conceituada banda britânica Supergrass. “Já iniciamos o processo de produção das faixas”, conta Bisogno. Ao retornarem do Brasil, finalizam o segundo EP e dão início ao processo de estratégia para o lançamento. “Isso vai elevar a banda a outro patamar.”

Para Bisogno, seu maior sonho já está realizado: viver de música. Agora, torce para que a Lowly Hounds encontre seu nicho de mercado. Por uma questão de princípios, pretende sempre trabalhar como músico freelancer. “Sou eclético e sinto necessidade de circular por outros projetos.” Entre os planos futuros, está dar aulas e workshops para dividir experiências.

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