Mais de 120 atores da comunidade entram em cena nesta sexta-feira, às 20h, no Cenário da Lagoa, aos fundos da Igreja Católica São Vendelino em Forqueta.
Há 18 anos, a encenação da Paixão de Cristo é uma alternativa de lazer e cultura em tempos de reflexão. Com duas horas de duração, o espetáculo reconta os últimos três anos da vida de Jesus Cristo.
O pedido da organização é que o público leve cadeiras para assistir. Haverá venda de produtos coloniais e artesanato. Não será cobrado ingresso, mas contribuições espontâneas serão bem-vindas.
Diretor da peça faz 16 anos, Paulo Haas afirma que nesta edição a expectativa é superar o público do passado, cerca de quatro mil pessoas. Desde os tempos em que a encenação era feita em um campo de futebol 7, passando pelo campo do Forquetense até chegar ao Cenário da Lagoa, muitos voluntários continuam no projeto. “Muitas das crianças que participaram dos primeiros anos hoje estão entrando na fase adulta e continuam no projeto.”
A participação comunitária é o principal impulsionador do evento, que tem um custo aproximado de R$ 18 mil – recursos conseguidos em forma de patrocínio privado e aporte público. “A despesa é grande, por isso, a contribuição voluntária ajuda.”
A história bíblica não muda, mas a reflexão, entretanto, se torna o principal objetivo. “É a abertura da consciência para sabermos distinguir o que é justo, o que é correto”. Segundo Haas, é preciso maior tolerância e empatia em tempos de discussões calorosas.
De acordo com o ator Liniker Duarte, mudanças estão previstas para os figurinos, principalmente na tropa de soldados. Cenas com dramaticidade foram acrescentadas ao espetáculo. “Haverá grande impacto visual.”
Para ele, é preciso marcar a encenação com a mensagem cristã de compreensão com quem pensa diferente, de empatia. Segundo Duarte, a arte pode interferir na vida das pessoas, principalmente em tempos de efervescências sociais.
Percebe que ela é utilizada como porta-voz às mudanças e manifestações culturais. Diz que que a população brasileira vive um período crítico no que se refere à organização da sociedade, tanto político quanto social. “Percebo que a força das artes cênicas vem com este propósito: fazer-nos refletir sobre nossas ações, tentando construir um mundo de paz, amor e fraternidade.”