Expoagro Afubra fatura R$ 10 mi a menos

Vale do Rio Pardo

Expoagro Afubra fatura R$ 10 mi a menos

Feira voltada ao pequeno produtor trouxe alternativas para diversificar lavoura

Expoagro Afubra fatura R$ 10 mi a menos
Estado

Entre as 80 mil pessoas que passaram pelo parque nos três dias de feira, estava o casal Heine e Astri Eifert, de Sinimbu.

Eles foram em busca de alternativas para diversificar a propriedade. Ao deixar o emprego de marceneiro, ocupado por dez anos, Eifert voltou a cultivar fumo ao lado da mulher. Por ciclo, plantam 30 mil pés.

Com a área acidentada, imprópria para a produção de grãos e uso de máquinas, o tabaco virou uma das únicas alternativas rentáveis, tendo em vista o lucro proporcionado por hectare.

Para tentar manter os filhos Jonatan, 11, e Diógenes, 7, no meio rural, aposta no cultivo de hortaliças, produção de frutas e leite, média de 80 litros por dia. No entanto, todas as opções esbarram na falta de mão de obra, orientação técnica e oscilação do preço.

Outro investimento feito há um ano é a criação de frangos caipiras e galinhas poedeiras, cuja produção chega a quatro dúzias por dia. “Tudo se vende, mas são ciclos. Às vezes falta e outras épocas sobra.”

Fernando Waechter, 27, acompanhou o pai Ildor, 56, e a mãe Neli, 54, e reclama da falta de incentivos para os jovens permanecerem na lavoura. “Nem sinal de internet tem. Como nossa área é pequena, para obter uma renda boa, é preciso plantar fumo. A fruticultura seria uma alternativa, mas sem orientação técnica e garantia de mercado, nem adianta investir por conta.”

O presidente da Afubra, Benício Werner, avaliou que o maior ganho do evento foi a troca de experiências. “Mostramos ao produtor novas opções e colocamos à disposição profissionais com conhecimento para ajudá-lo a diversificar a lavoura.”

Queda no faturamento

Embora o número de visitantes tenha sido menor em relação ao ano anterior – 84 mil – e o volume de negócios de bancos e expositores tenha registrado queda de R$ 10 milhões (receita em 2015 – R$ 49 milhões), o resultado não desanimou os organizadores.

No setor das agroindústrias, que contou com 150 expositores de 80 municípios, a movimentação financeira foi de R$ 501.050, de acordo com Jocimar Rabioli, assessor de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS).

Em relação ao ano passado, quando foi registrado um total de R$ 547,4 mil em vendas, houve um decréscimo de 10%. No entanto, Rabioli observa que, além dos negócios concretizados na feira, os três dias de exposição são uma oportunidade de os produtores fazerem novos contatos. “Isso pode gerar outros negócios no futuro.”

Oportunidade de marketing

A agricultora Adilene Forti Gheno, de Putinga, divulgou a produção de geleias, conservas e doces em calda. Os destaques foram os produtos feitos à base de physalis. Ela participou pela primeira vez. “A aceitação do público foi ótima.” Os preços variam de R$ 3 a fruta in natura a R$ 8 a geleia.

Os irmãos Rabaiolli, de Imigrante, lançaram o suco de laranja integral. Em um primeiro momento, foram produzidos dois mil litros. O preço médio da garrafa é de R$ 8. “A feira é uma oportunidade de conseguir novos clientes”, comenta Marciano.

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