As segundas-feiras são especiais para alunos da Escola de Ensino Fundamental 24 de Maio, de Canabarro. O dia fica marcado porque Marli da Silva e o filho Cesar Hunsche, 15, cortam cabelo de estudantes de graça.
O trabalho voluntário serve como oficina para o jovem que sonha em ser cabeleireiro. Com orientações da mãe e do padrinho Sílvio de Vargas, 33, ajudam mais de 48 famílias por mês.
Os alunos interessados devem se inscrever com antecedência para garantir vaga. Todos levam um bilhete que deve ser assinado pelos pais, indicando o tipo de corte. A lista de interessados está sempre cheia. Conforme Marli, a atividade tem grande desempenho social.
No início, os alunos estranharam, lembra a cabeleireira. “Eles querem ficar estilosos. Às vezes até trazem fotos com o tipo de corte que querem”, diz.
Negócio em família
Cesar se inspirou no padrinho Sílvio de Vargas e na mãe para escolher a profissão. Antes de completar 15 anos, já expressava o desejo de ser cabeleireiro quando visitava o salão Surf Hair, em Lajeado. Quando notaram que o jovem havia amadurecido a ideia, começaram a ensinar.
Segundo Vargas, a profissão não pode ser por interesse financeiro, deve partir do dom. “Comecei a cortar cabelo com 15 anos, acompanhando meu pai e hoje noto no Cesar desempenho semelhante. Ele tem força de vontade e gosta do que faz.”
Com o aproveitamento do afilhado no trabalho voluntário, Vargas procura salas comerciais na cidade para abrir filial da empresa. O objetivo é que mãe e filho mantenham a marca Surf Hair e o trabalho social em escolas.
