Com pedidos para ser transferida para o município desde 2014, a agência desativada dos Correios, na rua Marechal Deodoro, deve ser vendida.
A decisão foi confirmada em nota, emitida nesta semana, após a empresa pública alegar desconhecimento das solicitações para uso do local.
De acordo com o comunicado, a única solicitação para uso do prédio foi feita pela Brigada Militar, negociação interrompida por mudanças legais. No texto, os Correios confirmam o estado precário da antiga agência desativada há dez anos.
Apesar da postura, existem encaminhamentos do Executivo sobre o pleito à presidência da empresa, em 2013. De acordo com o secretário de Governo, Auri Heisser, desde a época, foram pelo menos três audiências com representantes dos Correios em Brasília. As tratativas, afirma, passaram ter o foco de apoio à solicitação de uso do Comando Regional de Policiamento Ostensivo da região (CRPO-VT), encaminhado em 2014.
Interesse social
No ano seguinte, os pedidos para reaproveitar o prédio passaram a ser reforçados pelo Comitê Gestor do Plano de Revitalização do Centro Histórico, foram pelo menos três. O mais recente foi feito no dia 14.
Pela proposta do Comitê, no local poderiam ser instalados prédios públicos, como secretarias, a Junta de Serviço Militar. O espaço ainda poderia receber a sede da Academia Literária do Vale do Taquari (Alivat), hoje, atuante em sala cedida pela Casa de Cultura.
Segundo o presidente do Comitê, Ítalo Reali, o uso do prédio deve trazer melhorias para toda área central. Na avaliação dele, com a concentração de órgãos públicos no entorno da Praça da Matriz, traria mais fluxo de pessoas ao local e melhoria na sensação de segurança.
Comerciantes reivindicam
Representantes de comércio do entorno da Praça da Matriz entregaram ao Executivo um abaixo-assinado com 522 assinaturas pedindo melhorias no local. Entre as principais reivindicações, está a solução para a insegurança no local.
Relatos de comerciantes indicam o consumo de entorpecentes e atuação irregular como flanelinhas. O dinheiro seria usado para compra de bebidas e drogas. Entre os participantes da reunião, estava Gilmar Cazzanelli, 52, com comércio no local faz mais de dez anos.
Devido aos problemas, o comerciante afirma ter percebido queda no número de clientes. Por isso, interrompeu o atendimento nos domingos à noite. Avalia como positiva a possibilidade de utilização da praça.“É preciso incentivar a movimentação de pessoas e reocupar esses espaços públicos.”
De acordo com ele, além do prejuízo econômico, a situação gera insegurança. Há meio ano, afirma, o prédio havia sido invadido por moradores de rua. Na época, segundo ele, brigas no local geravam transtornos aos vizinhos e ele só foi esvaziado. após intervenção policial.