Comunidade clama por reabertura de posto

Teutônia

Comunidade clama por reabertura de posto

Unidade no Alesgut foi fechada pela Vigilância Sanitária em novembro de 2015

Comunidade clama por reabertura de posto
Teutônia

Os moradores do Alesgut aguardam pela reabertura do posto de saúde no bairro. O local foi interditado pela Vigilância Sanitária em novembro do ano passado devido a infiltrações.

A administração municipal recebeu o prazo para melhorias, mas preferiu reformar primeiro a creche que funciona no mesmo complexo. O ambulatório ficou em segundo plano. Hoje o atendimento mais próximo para a comunidade é em Languiru, a cerca de dois quilômetros do antigo posto. Na época, a secretária de Saúde, Marlene Metz, disse que a medida era paliativa. A unidade de saúde está fechada faz quatro meses e sem previsão para voltar a atender os pacientes.

Iracema Machado dos Santos, 60, sente no peito a decisão da administração. Diagnosticada com asma crônica, consultava no posto quase toda semana para medir pressão arterial e glicose, fazer reavaliação médica e renovação do receituário. A unidade fica a menos de um quilômetro da casa dela.

Agora, para consultar, precisa se deslocar três quilômetros de táxi, levando junto o aparelho de oxigênio. A despesa chega a R$ 20 por corrida. Quando o dinheiro fica escasso, ou as crises de falta de ar aumentam, o genro e vizinhos precisam ajudar.

Além da distância, a dificuldade para marcar consulta aumentou. A segunda-feira é o único dia da semana para garantir vaga. Para isso, ela liga cedo e torce para o telefone não estar ocupado. Quando não consegue, o marido Orlando Pereira dos Santos, 71, vai de bicicleta até Languiru. Por dia, ela toma oito medicamentos contínuos e na última consulta recebeu mais três temporários. Orlando aguarda que a unidade de saúde perto de casa reabra. “Precisamos e queremos o posto de volta. Não deveria ter fechado, porque assim aumentou a nossa despesa e também os transtornos. Antes pegava todos os remédios perto de casa.”

A aposentada Ivone Konrad, 80, mora a poucos metros da unidade de saúde e lamenta o descaso. Ela marcava as consultas um dia antes e sempre conseguia vaga. Além disso, realizava exames rápidos de rotina para controlar diabetes e hipertensão. O trajeto era feito a pé, pela manhã. “Hoje não tenho condições de caminhar até Languiru, preciso pedir para meu filho me levar.”

Roselaine da Silva, 25, precisa ir ao posto duas vezes por mês para levar o filho de 1 ano às consultas. A família não tem carro e a solução é chamar um táxi que cobrava R$ 10. “Agora o valor aumentou e tudo isso pesa no orçamento. Se o posto estivesse aberto, poderíamos ir caminhando.”

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O antigo hospital no bairro mais populoso da cidade é outra demanda dos moradores. No local, eram realizados atendimentos convencionais e de emergência. A comunidade evangélica era a mantenedora e deixou de financiar a infraestrutura. Em 2004, o município assumiu o prédio e remanejou o quadro funcional.

O funcionamento 24 horas reduzia o número de entradas no Hospital Ouro Branco (HOB), em Languiru. No entanto, alegando corte de custos, o Executivo mudou horários e estipulou funcionamento das 7h às 22h.

Dentro do novo planejamento da Secretaria de Saúde, o local foi transformado no Centro Avançado de Saúde (CAS) Bruno Leopoldo Schneider, ofertando consultas com clínicos-gerais e especialistas como fisioterapeuta e nutricionista, além de serviços básicos como vacinas e troca de curativos.

Ao lado, foi construída a Estratégia de Saúde da Família (ESF) Raio de Luz que atende até as 17h30min. O CAS fecha às 18h.
A reabertura ou ampliação do atendimento no local foi discutida na câmara de vereadores. A Secretaria de Saúde aponta orçamento restrito, além de ter firmado convênio com o HOB, onde os serviços de urgência e emergência são canalizados.

Unidade móvel parada

A lista de serviços cancelados também conta com a unidade móvel de saúde que atendia a 11 localidades (Boa Vista Fundos, Boa Vista Frente, Linha Catarina, Linha Clara, Pontes Filho, Harmonia Alta, Harmonia Baixa, Posses, São Jacó, Linha Wink e Linha Germano), além do Lar de Idosos Opahaus.

A suspensão ocorreu no início de 2014. O corte de custos e a abertura da unidade básica de saúde em Boa Vista são as respostas apresentadas pela secretária para a interrupção.

O trajeto de Linha Harmonia Alta até o posto mais próximo chega a 12 quilômetros. Segundo a Secretaria de Saúde, o custo para manter três profissionais somado à manutenção do veículo torna inviável a continuidade do serviço.

Posto de Saúde no bairro Alesgut está fechado e sem previsão de ser reaberto

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