Cidade diversifica modelo econômico e supera a crise

Santa Clara do Sul

Cidade diversifica modelo econômico e supera a crise

A 3ª edição da SantaFlor, feira que ocorre entre hoje e domingo, destaca as potencialidades de cada setor e o empreendedorismo da população. Emancipada de Lajeado em 1992, cidade completa 24 anos e festeja crescimento e qualidade de vida.

Cidade diversifica modelo econômico e supera a crise
Vale do Taquari

O município precisou alterar a matriz econômica na última década. Após a crise do setor calçadista, responsável pela maior parte da arrecadação, o Executivo buscou novas fontes de lucro.

Em 2006, surgiu o cultivo de flores, atividade que tornou a cidade conhecida em todo o RS e hoje é considerada símbolo de Santa Clara do Sul.

As parcerias com cooperativas ajudam a profissionalizar o meio rural. A abertura de novas empresas e o fortalecimento do comércio possibilitam mais oferta de emprego e atraem cada vez mais moradores. Como resultado, a construção civil vive um momento positivo e mais loteamentos são abertos pelo município.

Para destacar todas as potencialidades, o empreendedorismo da população e festejar os 24 anos de emancipação política, o município realiza a partir de hoje a 3ª edição da SantaFlor.

A solenidade oficial de abertura ocorre hoje, às 19h. De acordo com o presidente da feira, Gilmar Neumann, a meta é atrair em torno de 50 mil visitantes. Serão 7,3 mil metros quadrados de área destinada a estandes, com espaço para 49 expositores no pavilhão instalado no campo do Santa Clara FC, 32 dentro do ginásio, cinco na entrada ao evento, 11 para exposição de máquinas, equipamentos e veículos e dez no setor de alimentação. “A feira será uma oportunidade de divulgar o que temos de melhor em todos os setores da economia”, diz Neumann.

O prefeito Fabiano Immich ressalta o trabalho realizado pelos produtores de Santa Clara do Sul, que em 2006 acreditaram na proposta do governo de diversificar a economia e criar uma identidade ao município. Segundo ele, a feira tem sido uma mola propulsora das potencialidades locais nos mais diversos setores da economia.
A 3ª SantaFlor inicia hoje e se estende até domingo, 20, no ginásio municipal, no centro, com entrada gratuita.
Lugar de destaque
O município é reconhecido como a Cidade das Flores, denominação decorrente do projeto de implementação de estufas lançado há dez anos. São quatro produtores de flores e 11 estufas. Por ano, são produzidos 350 mil vasos e gerados 17 empregos diretos. Entre as espécies cultivadas, está a pervinca, que é flor-símbolo.

Entre os empreendedores, está Leonardo Friedrich, que em parceria com a mulher Monique Bald mantém quatro estufas. Por ano, são vendidos 90 mil vasos, com destaque para variedades como ciclame, prímula, gloxinia e gérbera. Elogia o incentivo concedido pela administração municipal. “Hoje somos donos do nosso próprio negócio. Apesar das dificuldades, principalmente meteorológicas, a atividade é rentável.”

Gilberto Frölich deixou a profissão de motorista de ônibus para se dedicar ao cultivo. Em quatro estruturas, estão alojados 60 mil vasos, sendo a maioria crisântemos. Por semana, comercializa 3,5 mil unidades ao preço médio de R$ 6. A maioria dos clientes é de Porto Alegre.

Para ele, a feira é uma forma de mostrar o trabalho realizado no dia a dia na estufa. “Quem sabe outros produtores se interessam e iniciam o cultivo.”  A expectativa dos expositores é superar os números da edição passada, realizada em 2013, quando 15 mil plantas foram vendidas.

Agroindústrias buscam mercado

Da cidade anfitriã, cinco agroindústrias vão expor. Entre os alimentos estão cucas, pães, linguiças, bolachas, mel, queijo e conservas. Durante o evento, ocorre a inauguração de dois novos empreendimentos.

Um deles é de propriedade de Gustavo Mallmann, de Picada Santa Clara, especializado na produção de schmier colonial, melado, rapadura e açúcar mascavo. “Legalizada, vamos pensar em como ampliar a atuação no mercado.”

O ato de inauguração ocorre amanhã, 18, às 14h. Segundo o técnico da Emater, Luiz Henrique Bernardi, as agroindústrias familiares se tornaram uma alternativa viável, com geração de emprego e renda aos agricultores. “Temos que aproveitar a vitrina para divulgar as nossas potencialidades.”

“Chips de batata-doce e aipim serão novidade”

Idealizada pelo produtor Flávio Franz, de São Bento, os chips e salgadinhos das duas raízes serão vendidos em embalagens de 60 e 100 gramas, ao preço médio de R$ 3. Toda matéria-prima é produzida pelo casal.

São 25 mil pés de aipim e mais 30 mil pés de batata-doce. A projeção é de industrializar cem mil pacotes de cada raiz até o fim do ano. “Após dois anos de teste, o produto está pronto e agora buscamos clientes para iniciar as vendas. O evento é uma ótima oportunidade.”

No mês de abril, será lançada outra novidade, a massa de batata-doce cozida, pronta para o consumo, em potes de 250 gramas. “Pode ser preparada com carne moída e queijo. Serve quatro pessoas. Se conserva por seis meses no freezer sem alterar a cor e o sabor.”

“O desenvolvimento se alcança com uma gestão sólida, técnica e eficaz”

A Hora – O país enfrenta uma das piores crises econômicas das últimas décadas e a tendência é que continue neste ano. Apesar disso, Santa Clara do Sul mantém investimentos. A que se deve esse fato?
Fabiano Immich – Para trilhar o caminho de desenvolvimento, é preciso uma gestão sólida, técnica e eficaz. E é esse modelo de trabalho que norteia o governo municipal. Apoiado por uma equipe profissional e por uma comunidade empreendedora e batalhadora, o Executivo atua com os pés no chão e tem um compromisso sério em cuidar bem do dinheiro público. Não existe segredo na administração pública. O que há, sim, é a necessidade dos gestores reinvestirem os impostos em obras que tragam qualidade de vida à população, sempre zelando pela transparência e bom uso da máquina pública.

O município passou por dificuldades após o fechamento da Calçados Andreza. Modificou a matriz produtiva e apostou na diversificação. Quais os desafios dos próximos anos?
Immich – Acredito que o principal é ampliar a capacidade orçamentária do município para que tenha um potencial ainda maior para fazer obras e investimentos que possibilitam o desenvolvimento ordenado. Além disso, é importante manter a economia forte e diversificada, o que garante uma solidez em épocas de instabilidades.

Quais as principais conquistas do município neste aniversário?
Immich – Com certeza, a maior conquista do Executivo é levar qualidade de vida a seus moradores. Seja na educação, na saúde, na agricultura, nas obras, na área do emprego e renda ou no setor da infraestrutura, a população precisa ser bem assistida pelo município para que tenha orgulho de morar aqui. Pesquisa feita pela administração municipal mostra que 94% da população se sente feliz por residir no município, o que aumenta ainda mais o compromisso do governo.

Qual o principal objetivo da feira?
Immich – A SantaFlor visa, em especial, possibilitar um espaço para mostrar as potencialidades. Tanto os produtores de flor, que apostaram na ideia, como as empresas e os agricultores do município têm na feira uma oportunidade singular para propagar o que é feito no município. Ao mesmo tempo, o evento ajuda a divulgar a cidade nas esferas regional e estadual, além de oportunizar momentos de alegria e divertimento à população.

Se o senhor tivesse de destacar iniciativas, quais seriam?
Immich – Entre as principais, podemos citar a inauguração da Escola Municipal Sereno Afonso Heisler, construção do Parque Multiesportivo Odilo Klein, asfaltamentos no centro e no interior, compra de 21 veículos e máquinas, turno integral para quase 600 alunos e mais de R$ 4 milhões de emendas e recursos conquistados nos últimos três anos, além de concretizarmos nosso planejamento de deixar uma marca em cada localidade. Parabenizo toda a população pelo aniversário de 24 anos comemorados no domingo.2016_03_17_fabiano

Acompanhe
nossas
redes sociais