Mulher: Nem melhor. Nem pior. Igual

Vale do Taquari

Mulher: Nem melhor. Nem pior. Igual

Dentre tantas responsabilidades, sejam pessoais ou profissionais, a mulher consegue, aos poucos, buscar o equilíbrio para se manter saudável, em especial por meio do exercício físico.

Mulher: Nem melhor. Nem pior. Igual
oktober-2024

Passado o Dia Internacional da Mulher, ainda se presencia conversas a respeito da data. Alguns estabelecimentos entregam mimos a elas. Em rodas de amigos, elas recebem abraços e cumprimentos.

Enfim, pequenas atitudes que mostram reconhecimento e que provocam, aos poucos, a comemoração ou discussão a respeito dos direitos da mulher além do dia 8 de março.

Postagens nas redes sociais sobre o dia evidenciam a necessidade de se ampliar a reflexão sobre a mulher contemporânea. O caderno Você deste fim de semana traz à tona três assuntos que podem continuar sendo tema dos bate-papos em família e amigos: saúde, feminismo e empoderamento.

No dia 6, a Corrida e Caminhada Só Elas/Santuário do Corpo recebeu mais de 400 mulheres para atividades físicas em prol da Liga de Combate ao Câncer. Mais que isso, reuniu aquelas que buscam seu espaço, reconhecimento e valorização social.

O exercício físico tem sido uma das formas para que elas possam mostrar força e superação. Esses são os sentimentos que Ana Luisa Roolaart, 54, professora, sente ao sair de casa, quase todos os dias, para praticar corrida. Mais ainda quando consegue completar provas, ganhando troféus e medalhas. “Corro porque me faz bem.”

Faz três anos que aceitou o desafio de participar de rústicas. “É o tempo dedicado a mim”, conta. Depois de participar da primeira, semanas depois de ter começado a praticar, trocou a caminhada pela corrida, superou os limites e já chegou a correr dez quilômetros. Mesmo hoje tendo menos tempo para o treino, mantém a rotina, mas em menos quilômetros.

Ana conta que vivia para dar atenção à família e ao trabalho e acabou esquecendo de si. A corrida se tornou marco da dedicação com ela mesma. Segundo ela, a corrida foi a segunda melhor decisão da vida. “Depois da minha filha, lógico.”

Muitas das atividades físicas, até pouco tempo, eram praticadas apenas por homens. Aos poucos as mulheres se apoderam delas para buscar uma forma de igualdade e também se permitir a superação dos limites físicos e emocionais. Mais do que competir com os homens, elas querem a igualdade diante de diferentes situações.

Nesse quesito, a psicóloga Caroline Lima Silva acredita que a mulher não quer ser melhor nesse e em outros assuntos, apenas igual. Para ela, é preciso que a sociedade passe por uma renovação de valores em que a sensibilidade seja o elo das relações.

Isso é um aspecto do feminino, por meio do qual a mulher se percebe valorizada, diz. Com o desenvolvimento dessa sensibilidade, que deve começar com as crianças nas escolas, adultos mais conscientes poderão entender que homens e mulheres são parceiros e não meros competidores.

É importante que o comportamento das mulheres seja condizente com essa igualdade, respeitando-se e aceitando-se na sua feminilidade como força diferenciada dos gêneros, traduzindo também reflexões na mídia sobre isso, finaliza.

Tempos modernos

Segundo Caroline, ser feminista significa compartilhar do movimento libertário do feminismo, cuja essência é a luta por uma nova forma de relacionamento entre homens e mulheres, na qual a mulher tenha liberdade e autonomia para decidir sobre sua vida e seu corpo. A origem data das últimas décadas do século XIX, na Inglaterra, quando as mulheres se organizaram para lutarem por seus direitos, sendo o primeiro deles o direito ao voto. Por isso, elas foram chamadas de sufragetes.

A Hora – Por que a sociedade tem falado tanto de feminismo?
Caroline – Porque estamos vivendo uma era de mais informação, por meio da qual as mulheres estão se conscientizando de que podem ter voz no protagonismo de suas vidas, bem como estarem apoiadas pelo respaldo dos marcos legais em relação aos direitos que têm e que devem fazer uso.

O feminismo tem ganhado força pelas redes sociais. Por meio delas ele terá a dimensão necessária?
Caroline – As redes sociais são um canal de comunicação que tem um alcance muito grande, que auxilia a despertar uma postura em relação a um fato. Entretanto, muito do que se vê são especulações a respeito do assunto sem o critério e cuidado adequados.

Empoderamento da mulher e feminismo são iguais?
Caroline – Não. O feminismo é um movimento de luta das mulheres, e o empoderamento feminino é uma consequência das conquistas que as mulheres vêm alcançando nos últimos anos, mas está longe de ser um movimento natural, porque precisa ser estimulado e incentivado para que atinja os seus objetivos.

Isso já está documentado?
Caroline – Já existe um documento, lançado pela ONU, em 2010, que traz os princípios do empoderamento das mulheres como referência para diversas iniciativas dentro das organizações no que tange às relações de trabalho nesse segmento. Mas o empoderamento da mulher não deve se restringir às empresas, e, sim, abarcar os diferentes segmentos da sociedade.

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