Embora o Corpo de Bombeiros Voluntários (CBVT) busque atender a região, o caminhão Auto Bomba Tanque (ABT) de 5,5 mil litros, alemão, de 1977, limita o combate a incêndios.
Além de ser lento, apresenta falhas mecânicas que comprometem o serviço. Na semana passada, o grupo foi chamado para auxiliar os bombeiros de Estrela, que atendiam a um sinistro em depósito de cabide em Paverama, por volta das 2h. Ao chegar no local, o veículo apresentou problemas na bucha da bomba.
O primeiro orçamento apontou R$ 8 mil de despesas. O conserto demora uma semana. Conforme o tesoureiro, Markyson Marques, o problema foi constatado na sede do grupo. As borrachas da peça que dá vazão a água ressecaram e precisaram ser trocadas. “É um serviço de manutenção mensal que temos”. A dificuldade maior ocorre caso alguma peça quebre. Como o modelo do ABT é alemão, as peças são importadas, demoram mais para chegar e eleva o custo.
Esse não foi o primeiro caso. Em fevereiro de 2015, aconteceu um incêndio em uma locadora, no bairro Canabarro, cerca de cinco quilômetros da sede da corporação. O que era para ser rápido tornou-se um drama. O ABT estava com problemas no freio e os bombeiros da cidade vizinha tiveram de ser chamados. Foram investidos R$ 11 mil na instalação de freios a ar.
Por mês, R$ 27 mil são depositados na conta do CBVT, por meio de convênios com Paverama, Teutônia, Westfália, Imigrante, Poço das Antas, Fazenda Vilanova e da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). O custo em manutenção é de R$ 15 mil, mas pode variar conforme necessidade.
Uma das metas da corporação voluntária é adquirir um novo caminhão, mais leve e com manutenção mais barata em relação ao atual. O veículo para 1,5 mil litros está avaliado em R$ 250 mil, que o grupo pretende angariar em até dois anos, por meio de campanhas e economias. O objetivo é manter os dois caminhões. “Estamos trabalhando para alcançar essa meta. Lançamos campanha para venda de camisetas e contamos com o apoio da comunidade.”
Municípios pleiteiam bombeiros militares
Enquanto os bombeiros voluntários se dedicam pelas comunidades os Executivos das cidades conveniadas buscam meios de instalar bombeiros militares ou mistos na cidade. Em outubro do ano passado, prefeitos se reuniram para contabilizar os investimentos feitos e a viabilidade do serviço. Durante o encontro, optaram por pleitear uma das corporações de Porto Alegre para se instalar no município.
Com a medida, os profissionais seriam custeados e mantidos pelo Estado. No entanto, há rejeição por parte dos voluntários. “Sou totalmente contra. Iniciamos este trabalho pela comunidade, construímos sede, adquirimos e mantemos todo material. Trazer outro grupo seria desmerecer nossa dedicação.”
Com o assunto em voga, Markyson conversou com o prefeito Renato Airton Altmann para resolver a situação.
Segundo ele, a reunião e o pedido seriam um meio de alertar o governo para a necessidade de investimentos no setor, já que o Estado não investe nos voluntários. Conforme o secretário de Planejamento, Fabiano Eckel, a iniciativa era de buscar suporte e subsídio para o grupo autônomo da cidade. No entanto, para não gerar desprestígio com os voluntários, o município se retirou do processo. “Estamos contentes com o trabalho deles. Estão bem equipados e procuram atender da melhor forma possível.”
Voluntariado faz a diferença em Imigrante e Colinas
O Imicol retomou atividades em junho do ano passado para atender as duas cidades. Os voluntários utilizam veículos particulares para primeiro combate a sinistros. Dos oito componentes, apenas três têm equipamento adequado de segurança, que custa R$ 2,5 mil cada.
Um dos desafios propostos foi a construção da sede do grupo. Com apoio da comunidade, uma área de terra foi cedida para a obra. Profissionais prestaram serviço gratuito na elaboração de projeto de engenharia. Moradores se empenharam nos fins de semana e hoje a local está sendo revigorado. A fundação foi colocada e o pátio cercado.
