Presidente de associação se entrega à polícia

Teutônia

Presidente de associação se entrega à polícia

Justiça emitiu mandado de prisão pelo não afastamento da direção da entidade

Presidente de associação se entrega à polícia

O presidente da Associação de Moradores de Vila Esperança, Sérgio José Tavares de Jesus, se entregou à Polícia Civil de Lajeado na terça-feira. A Justiça determinou que ele se afastasse da diretoria da entidade até finalizar a investigação sobre o suposto desvio de verba.

Desde 2012, Jesus permanecia à frente da associação. Com o descumprimento, um mandado de prisão preventiva foi emitido no dia 4. Desde então, Jesus era considerado foragido. Ele, a mulher, o irmão e uma tesoureira são suspeitos de desviarem mais de R$ 30 mil da instituição.

A denúncia chegou ao Ministério Público em 2012, um ano depois de a câmara de vereadores destinar R$ 20 mil para manutenção da entidade. O recurso deveria ser somado a R$ 11 mil de superávit em caixa. A verba seria aplicada na reforma da escola.

Pais e professoras da época aguardaram as melhorias. No entanto, o serviço realizado não condizia com o valor empenhado. Durante reunião com associados, o presidente foi questionado sobre a prestação de contas. Sem respostas convincentes ou provas, a comunidade decidiu ingressar na Justiça.

A cobrança motivou o presidente a procurar sócios de loja de materiais de construção para superfaturar notas. O valor gasto foi de R$ 6 mil, mas nos documentos emitidos constavam R$ 13,9 mil. Além disso, os quatro acusados teriam se apropriado de R$ 11 mil em cheques da associação.

A primeira audiência ocorreu no dia 2, no Fórum de Teutônia. Foram ouvidas 11 testemunhas diante dos réus. No dia seguinte, Jesus pediu afastamento da associação, sob orientação da advogada. O vice-presidente no biênio 2014/16 Sidinei Adam assumiu em caráter temporário. As eleições para nova diretoria ocorrerão em julho.

Pagamento sem nota fiscal

O irmão do presidente Sérgio José Tavares de Jesus, Airton, 44, investigado pelo MP por receptar cheques da associação, se defende e relaciona o escândalo a uma sucessão de erros. Ele prestou serviço de reparos na escola e recebeu pelo trabalho, alega.

Houve troca de tomadas e torneiras, além do conserto de brinquedos, construção de um galpão e uma fossa e colocação de telhado na entrada do educandário.

Por não ter firma registrada não pôde emitir nota fiscal, se defende. “Peguei o cheque nominal e transformei em dinheiro para pagar meus funcionários, como faço com outras empresas. Agora estou sujeito a ser condenado sem dever nada.”

Sobre o envolvimento do irmão no possível desvio, Airton acredita que opositores ao cargo de presidente se aproveitaram da inexperiência. Segundo ele, dos R$ 30 mil apontados na denúncia, apenas R$ 4 mil não foram comprovados. “A realidade é que o Sérgio foi inexperiente e não soube colocar todos os ‘pingos nos is’. Preferiu levar assim, sem esclarecer. O certo é esmiuçar todas as contas e comprovar tudo. O resultado é que os acusados têm que se defender, podem ser presos e marcados por isso”, diz.

Além disso, relata que a maioria das creches da cidade tem alguma irregularidade. “O problema é que denunciaram, mas se olhar e o Ministério Público investigar tem problemas na maioria das empresas e escolas”.

A mulher do presidente Sérgio, Solange Hennika, acusada por receptar R$ 3,6 mil em cheques nominais emitidos pelo marido e tesoureira, foi procurada pela reportagem, mas não quis se manifestar. “Não tenho nada para dizer a vocês”, disse. A tesoureira Elenita Savian Schneider não atendeu as ligações.

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