Excesso de quebra-molas gera críticas

Teutônia

Excesso de quebra-molas gera críticas

Instalação de redutores não garante redução no número de acidentes na cidade

Excesso de quebra-molas gera críticas
Teutônia

O Departamento de Tráfego aposta em quebra-molas para reduzir o excesso de velocidade e diminuir o número de acidentes.

Desde dezembro de 2013, quando começaram a contar a quantidade de quebra-molas e travessias elevadas, foram registrados 14 novos pontos com o obstáculo. Em paralelo, a Brigada Militar contabiliza quase um acidente por dia, nos 68 dias de 2016 foram 66 atendidos no perímetro urbano. Dados mostram que a medida precisa ser revista, assim como os critérios e normas para instalação.

Para a capitã da BM, Carmine Brescovit Fontoura, a maioria dos acidentes acontece em cruzamentos devido à desatenção dos condutores. Os relatos mais ouvidos é que não viram a placa de pare ou esqueceram de sinalizar antes da conversão. “Os acidentes na cidade não estão todos vinculados ao excesso de velocidade”, alega.

Segundo o Código de Trânsito (CBT), os redutores devem ser construídos como último recurso no controle de velocidade. Medidas como sinalização horizontal e placas podem amenizar o problema. Um estudo levando em consideração o número de acidentes no local, as causas e potencial risco determina a relevância das lombadas.

Conforme o especialista em engenheira de tráfego, Rui Voldinei Pires, a quantidade de ondulações em Teutônia é exagerada. “Isso não é normal. A maioria é colocada aleatoriamente, sem consulta a especialistas no assunto. Em geral, colocam por causa do clamor da comunidade ou a pedido de vereadores. Para atender logo, ignoram as resoluções do CTB.”

O tamanho dos redutores é outro fator a ser analisado. Conforme resolução do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o órgão responsável pode optar em quebra-molas com oito centímetros de altura por 1,5 m de largura, ou 10 cm de altura por 3,5 metros de largura.

Na extensão de 3,5 quilômetros da rua Carlos Arnt, no bairro Canabarro, desde a rua Guilherme Trenepohl, até a Estrada Velha, há oito redutores.

Executivo calcula despesas

Embora assuma a necessidade de estudo qualificado no setor, a responsável pelo departamento, Margrit Grave diz que os custos são elevados. Além disso, a burocracia para contratação de empresa ou profissional parece desanimar. “Teríamos que abrir licitação e consultar orçamento. Contratar alguém aumentaria despesas.”
Os erros e deficiências na construção dos quebra-molas podem acarretar prejuízos maiores ao município. O prefeito pode ser responsabilizado por qualquer dano material ou corporal. Além disso, o CBT prevê multa.. “Mesmo que tenha um coordenador, o gestor público, seja em esfera municipal, estadual ou federal, responde em caso de processo”, afirma o especialista Pires.
Em São Borja, o Ministério Público determinou a retirada de 20 ondulações nas estradas por não seguirem o padrão. Entre os problemas citados, danos aos veículos e atraso para deslocamento de ambulância e caminhão de bombeiros.

Vereador inicia ano pedindo quebra-molas

Na sessão passada Amilton Lemos (DEM) solicitou, pelo segundo ano consecutivo, a instalação de dois quebra-molas na rua 15 de Novembro, em Canabarro, e em uma das principais, a Carlos Arnt. O trajeto de 3,5 quilômetros já tem oito redutores.
Nos últimos dois anos, foram 30 pedidos. Valdir do Amaral (PSDB) lidera a lista de requerimentos com oito pedidos. André Bohmer (PT) e Amilton Lemos (DEM) ocupam a segunda colocação com sete pedidos cada.

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