Bacci confirma o fim da coligação com PT
Horário SEM cache 14:22:32
Horário COM cache 14:22:32

Lajeado

Bacci confirma o fim da coligação com PT

Saída do PDT obriga o governo a mudar pela nona vez em 3 anos o quadro de secretários

Bacci confirma o fim da coligação com PT
Lajeado

O deputado estadual Enio Bacci (PDT), presidente da executiva municipal do Partido Democrático Trabalhista (PDT), confirmou o que já se especulava há algumas semanas.

O partido deixa a coligação firmada com o PT em 2012. Neca Dalmoro, secretária de Cultura, e Ivanete Fracaro, do Desenvolvimento, deixam o governo. Gerson Teixeira, da Secretaria de Segurança, fica.

Teixeira cumprirá o que prometera ao ser informado, pela imprensa, da decisão do deputado de romper com Luís Fernando Schmidt. Após quase 36 anos de militância no PDT, o secretário sairá do quadro de filiados do partido e deve assinar com PSB ou PTB. “Não concordo com a decisão, e não fui consultado. A reunião de hoje (ontem) só serviu para ele anunciar o que já estava decidido.”

Bacci, por outro lado, diz que houve diálogo com os correligionários, mas que não pretendia seguir ao lado do PT. “Por mim, teria saído no ano passado”, reitera. Cita discordâncias políticas com o atual governo, e critica o atual momento do Partido dos Trabalhadores em âmbito nacional. “Diga-me com quem andas, e te direi quem és”, alfineta.

O deputado também reclama de falta de espaço dentro do governo de Schmidt. Segundo Bacci, nos mais de três anos da atual gestão, ele nunca teria sido chamado para debater decisões administrativas. “Gostaríamos de ter sido mais ouvidos. Mas não fui chamado para conversar. As decisões eram engessadas pelo partido (PT).”

O presidente da executiva municipal fala em um “novo projeto”. Mas não especifica detalhes. Questionado, fala da ideia de distribuir secretarias por critérios técnicos em vez de partidários, e sobre o fato de o próprio partido ter solicitado a criação de uma secretaria em 2013, comenta que a visão política da sigla mudou.

Ele confirma o nome do radialista Renato Worm como indicado a pré-candidato a vice-prefeito no caso de uma dobradinha com o PMDB, que já indicou a delegada Márcia Scherer como pré-candidata a prefeita. “Ambos não são políticos”, enaltece. Mas deixa claro que a medida não é condição imposta por ele para a nova coligação, e demonstra interesse em dialogar com outras siglas.

Aliança com PMDB

Celso Cervi, presidente peemedebista, já deixou claro em diversas oportunidades que o PP é a primeira opção dele para indicar o candidato a vice-prefeito em uma provável coligação. “Mas, caso não ocorra, o nome de Renato Worm nos agrada muito. Se não fechar com o PP será Márcia e Renato.”

Cervi informa ainda que duas vagas serão reservadas a candidatos do PDT na chapa da coligação na proporcional à vereança. “A princípio, a Neca e o Ernani Teixeira (vereador) participam”, antecipa. No entanto, o vereador, hoje líder de governo na câmara, deve deixar a sigla e rumar para o PTB.

A secretária Ivanete Fracaro garante que deixará a política após pedir sua exoneração ao prefeito Schmidt. “Vou encaminhar o pedido e, se precisar, fico mais alguns dias para ajudar quem me substituir. Saio tranquila. Cumpri meu papel e honrei o partido. Mas não pretendo seguir na vida pública.” Neca não atendeu a reportagem.

Troca de secretários

Além de Neca e Ivanete, Marquinho Lang (PRB)s, Jolci Bolsi (PDT), Eduardo Gomes, Nelson Noll (PMDB), Ricardo Giovanela (PMDB), Fernanda Cervi (PMDB), Adi Cerutti (PMDB) são os outros secretários que deixaram a administração municipal durante os três anos e dois meses da atual gestão.

Segundo o presidente do diretório municipal do PT, Ricardo Ewald, nenhum comunicado oficial sobre o rompimento do PDT foi entregue até o momento. “Vou aguardar, assim como fiz com o PMDB, um documento do partido com tal informação. Antes disso prefiro não comentar.”

Ewald diz apenas que a relação com o PDT foi “tranquila” e demonstra “surpresa” com a decisão anunciada pelo deputado estadual. “Em contato com pessoas ligadas a esse partido, a impressão é de que a maioria não concorda. E que a determinação teria partido de cima. Acho uma forma errada de fazer política”, critica.

Vai e vem do partido

Com a decisão de ontem, o PDT repete decisão tomada em março de 2012, quando deixou a então coligação com o PP para se juntar ao PT na oposição. Na época, Gerson Teixeira era secretário de Cultura, e decidiu acompanhar o partido pelo qual milita desde a década de 80. Em 2000, o próprio Teixeira foi candidato a vice-prefeito.
Em 2004, Bacci foi o rival do PP nas eleições municipais. Sempre com apoio de Teixeira, que não esconde a mágoa com a decisão de Bacci. “Desde o início ele citou o nome de Renato Worm, que há pouco tempo era do PMDB. Deixou três secretários e o vereador Ernani Teixeira de lado.”

Acompanhe
nossas
redes sociais