Teixeira rebate Bacci sobre fim da coligação
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Lajeado

Teixeira rebate Bacci sobre fim da coligação

Secretário de Segurança cogita deixar o PDT após mais de 30 anos de militância

Teixeira rebate Bacci sobre fim da coligação
Lajeado

Um encontro às 11h de hoje pode definir o fim da ligação do secretário de Segurança Pública, Gerson Teixeira, com o Partido Democrático Trabalhista (PDT).

Filiado no início da década de 80, demonstra frustração após o anúncio do provável rompimento com a coligação vencedora do pleito de 2012 para o governo de Lajeado. A decisão oficial da sigla será anunciada às 13h30min, no plenário da câmara, pelo deputado estadual Enio Bacci.

“Eu sempre segui as orientações do partido. São mais de 30 anos de militância, e por três vezes fui o presidente municipal. Em função disso tudo, estou muito triste por não ter sido consultado dessa decisão. Fiquei sabendo pela imprensa”, queixa-se o secretário, que já foi candidato a vice-prefeito de Lajeado pela sigla, em 2000.

Bacci não confirmou a saída do PDT da coligação formada há quatro anos com o PT. No entanto, a informação foi confirmada por outros integrantes do partido. Entre eles, o radialista Renato Worm, possível candidato a vice-prefeito em uma dobradinha pré-anunciada com o PMDB. O presidente peemedebista, Celso Cervi, também já decretou a futura parceria.

“Estamos muito decepcionados com a decisão do deputado. Não é a decisão do partido. Bacci não falou comigo e tampouco com outros dois secretários. Tentei ligar para ele, mas não houve retorno. Há mais de 30 dias que não nos falamos”, comenta o secretário, que atuou por quase 25 anos ao lado do deputado estadual, tendo o auxiliado em pelo menos seis campanhas.

O secretário vê poucas chances de reverter a decisão de Bacci, semelhante àquela tomada em março de 2012, quando o PDT deixou a coligação com o PP. Teixeira, na época, era o responsável pela Secretaria de Cultura (Secultur) e foi obrigado a deixar o cargo para obedecer o partido. “Naquela vez eu perdi no voto. Agora, os correligionários da sigla sequer foram consultados sobre a medida.”

Caso deixe o PDT, Teixeira deve assinar filiação com o PTB. Mas ele também avalia outras possíveis siglas. “Se eu sair, vou buscar um partido que tenha uma filosofia semelhante. Mas não vou abandonar agora o projeto formulado em conjunto com o governo municipal.”

Demais secretários

Teixeira garante que o PT cumpriu com tudo que havia sido acordado em março de 2012. Além dele, há outros sete cargos comissionados ocupados por integrantes do PDT, entre eles, a secretária de Cultura (Secultur), Neca Dalmoro, e de Desenvolvimento e Inovação (Sedei), Ivanete Fracaro. “Tudo foi rigorosamente cumprido. Não há motivos para abandonarmos o plano de governo.”

Conforme a responsável pela Sedei, não há, até o momento, a confirmação por parte da sigla sobre o provável rompimento com o PT. “Vamos aguardar o conteúdo da reunião de hoje. Só após esse encontro eu poderei afirmar o que pretendo fazer.” Neca foi procurada para comentar a situação, mas não atendeu aos telefonemas da reportagem.

O líder de governo na câmara, o vereador Ernani Teixeira (PDT), também aguarda pelo encontro de hoje para se manifestar.
Diz não haver confirmação oficial por parte do deputado estadual, e cita que o fim da coligação pode se tratar apenas de “fofoca da imprensa.” Segundo ele, os integrantes foram informados da reunião de hoje, momento em que aguarda haver um debate sobre o futuro da coligação.

Bacci não confirma

Assim como afirmou em entrevista ao A Hora na sexta-feira, Bacci mantém cautela em relação ao anúncio oficial. “A minha posição pessoal é conhecida desde o ano passado. Acredito em uma construção de projeto para a comunidade, que infelizmente não foi possível com a atual coligação. Pessoalmente, acredito ser possível realizar com acréscimo de outras siglas.”
Bacci garante que a decisão passará pelo crivo dos secretários, vereador e demais correligionários. Hoje, são 1,8 mil filiados ao PDT. “Esse encontro servirá para bater o martelo. Ou seguimos coligados ou buscaremos outro caminho. Mas todos serão ouvidos.”
O PDT participou das duas últimas coligações vencedoras. Em 2008, estava junto do PP na vitória de Carmen Regina Cardoso. Quatro anos depois, em 2012, apoiou a oposição, aliando-se ao PT e ao PMDB, quebrando um ciclo de 16 anos de prefeitos progressistas. Em 2004, o próprio Bacci foi candidato a prefeito, mas acabou derrotado pelo PP por quase dois mil votos.

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