Tendência para alimentação saudável torna o cultivo e venda de peixes, das espécies carpa, jundiá e tilápia, um bom negócio. Estimativas da Emater Regional de Lajeado apontam para uma oferta superior a 350 toneladas até a Semana Santa nos 55 municípios de abrangência. A movimentação financeira ultrapassa R$ 2,3 milhões.
Conforme o zootecnista e assistente técnico de produção animal, João Sampaio, a comercialização de pescado será maior em comparação ao ciclo passado. Entre os motivos, enumera a ocorrência de boa média de chuvas, pouca mortalidade, cuidado com a água armazenada e a alimentação. “Com os peixes no ponto ideal de abate, os produtores iniciam a venda que deverá se intensificar antes da Páscoa.”
Devido ao aumento dos custos com ração, energia elétrica e encargos, o preço do quilo registra aumento e está cotado a R$ 10. O filé pode chegar a R$ 18. “Tudo depende do rendimento da carcaça, espécie e custo de produção.” As variedades mais cultivadas são carpa (80%), tilápia (12%) e jundiá (4%). Nos Vales, a atividade abrange 5,2 mil piscicultores. A área alagada chega a 1,8 mil hectares.
Hoje, a população regional consome 1,4 quilo de peixe vivo por habitante ao ano. O recomendado pela Organização Mundial da Saúde é 12 quilos.
Consumo maior do que a oferta
O casal Breno e Nélia Closs, de Marques de Souza, dedica-se ao cultivo de carpas faz 25 anos. Com quatro açudes na propriedade, negociam três mil quilos por ano, ao preço médio de R$ 10 o quilo. O filé custa R$ 18. Embora as vendas registrem aumento na Semana Santa, a oferta é constante. “Não se come peixe somente na Páscoa. Vendemos diariamente. É um alimento saudável e isso torna a atividade promissora e lucrativa”, conta Nélia.
Entre as dificuldades, cita as variações meteorológicas, lembrando que precisa ter água em abundância para evitar perdas. Outro desafio é desenvolver a atividade sem agredir o ambiente.
Até a Páscoa, programa duas feiras. O cliente tem a possibilidade de escolher a espécie e levar o peixe limpo e esviscerado.
Quinze toneladas até a Páscoa
Em Estrela, município pioneiro em feiras mensais, 15 toneladas de pescados devem ser vendidas até o fim do mês. A primeira feira ocorreu no sábado. Em uma hora, foram comercializados 250 quilos. Amanhã, serão ofertados 1,3 mil quilos. A carpa-capim custa R$ 8,5 o quilo, a tilápia, R$ 10, e as demais R$, 8. Para esviscerar e limpar o peixe, a equipe cobra R$ 2,5. Estão previstas feiras para os dias 12, 19, 23, 24 e 26 na Praça Henrique Rollart, a partir das 7h.
