Em 6 horas, chove quase 200 mm no Vale

Vales do Taquari e Rio Pardo

Em 6 horas, chove quase 200 mm no Vale

Temporal derrubou árvores, interditou pontes e prejudicou estradas do interior

Em 6 horas, chove quase 200 mm no Vale
Estado
oktober-2024

A chuva entre a noite da quarta-feira e a madrugada de ontem provocou transtornos e estragos em comunidades do interior. Ruas e acessos ficaram interrompidos devido a grande quantidade de água acumulada nos leitos dos arroios.

Em Forquetinha, a água bloqueou a passagem da ponte do Storck durante cinco horas. Em Cruzeiro do Sul, a elevação do Arroio Sampaio alagou o acesso à comunidade de Boa Esperança Alta, Baixa e Linha Nova. Situação parecida aconteceu em Lajeado. O Arroio Saraquá ficou acima do nível normal. Na ponte da divisa entre os bairros Moinhos D’Água e São Bento, a água invadiu propriedades rurais.

Em seis horas, segundo informações do Grupo Independente, choveu 110 milímetros (mm) na localidade de Araguari, em Forquetinha, 140 mm no centro de Cruzeiro do Sul e cerca de 190 mm na região central de Mato Leitão. Os levantamentos de precipitação pluviométrica feitos pela Univates apontam a ocorrência de 141 mm de chuva entre a tarde da quarta-feira e às 15h de ontem. A média prevista para o mês era de 110 mm.

De acordo com a coordenadora do Centro de Informações Hidrometeorológicas, Fabiane Gerhard, a causa da elevada quantidade de chuva foi um sistema de baixa pressão que se deslocou pelo estado. “A atmosfera está quente e úmida, condição ideal para ocorrerem elevados índices de precipitações.”

Estradas e ponte foram danificadas

Em Mato Leitão, os maiores prejuízos são verificados na estradas municipais e acessos a propriedades. Conforme o secretário de Obras, Sérgio Machado, a recuperação foi prejudicada entre janeiro e fevereiro porque muitos servidores estavam em férias.

A força da água arrancou uma ponte de madeira em Arroio Bonito. Uma equipe trabalha para fazer a reconstrução, único acesso para uma família. Durante este mês, as secretarias de Obras e de Agricultura priorizam a recuperação dessas vias. Os serviços para terceiros, como terraplenagens, estarão suspensos.

Entre as dificuldades, está a falta de material para colocar nas estradas. “Ficamos dez dias trabalhando para acumular cascalho no Arroio Sampaio. Com a chuva, todo material foi levado embora. Cogitamos uma compra emergencial para reduzir o déficit.”

No centro de Estrela, Carla Chiarelli, 40, convive com problemas causados pelas chuvas desde 2012. Segundo ela, um bueiro próximo foi alargado e o excesso de água danificou a fossa séptica e o conteúdo costuma alagar uma sala do prédio. De acordo com ela, o problema é recorrente e a umidade tem afetado o prédio.

Benéfico para a soja

De acordo com o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro/RS), Paulo Pires, o mês de fevereiro foi de chuvas fartas e bem distribuídas, além do calor, fazendo com que o clima auxiliasse na recuperação das culturas, como é o caso da soja.

A expectativa é que a produção da oleaginosa no estado se mantenha em 15 milhões de toneladas. “Teremos o quarto ano consecutivo de boa safra depois da frustração em 2012 por causa da estiagem, quando colhemos apenas seis milhões de toneladas do grão”, afirma. As chuvas também beneficiam as pastagens e o desenvolvimento do milho safrinha, plantado nas restevas de fumo.

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