Estatuetas a postos: reconhecimento aos melhores

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Estatuetas a postos: reconhecimento aos melhores

Reunindo as maiores figuras de Hollywood, o Oscar 2016 cria expectativa. Veja quais filmes, atores e diretores são apostas dos cinéfilos da região

Estatuetas a postos: reconhecimento aos melhores

A 88ª edição do Oscar ocorre neste domingo, 28. Produzida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, premia os melhores atores, técnicos e filmes de 2015. Para os “cinéfilos de carteirinha” a expectativa é grande. Dos apontados em premiações anteriores, surgem os favoritos às estatuetas.

Os lajeadenses Tiago Bald e Henrique Sulzbach, do blog Picanha Cultural, fazem questão de conferir os filmes indicados ao Oscar antes do evento. “É uma forma de acompanhar à premiação bem informado”, diz Bald. Além de manter o blog atualizado, assistir aos filmes ajuda no bolão de apostas realizado entre amigos, conta Sulzbach.

Para quem mora na região, fica difícil acompanhar os longas indicados somente pelo cinema da cidade, aponta Bald. “Mas é preciso entender a lógica: um cinema só funciona se houver público ocupando as salas.” Por isso, inevitavelmente, a preferência é para blockbusters, filmes infantis e comédias nacionais, opina. O fã de cinema autoral e alternativo acaba desassistido.

Por conta da presença do popular ator Leonardo DiCaprio, o longa O Regresso ainda entrou em cartaz em Lajeado, lembra Sulzbach. Para ele, a solução para diversificar as estreias seria destinar pelo menos uma sala de cinema aos filmes “alternativos”, sem prejudicar a questão comercial.

Lista seleta

Para Bald, a lista de indicados dá a impressão de ser um ano mais fraco na “safra cinematográfica”, por ter somente oito nomes. Surpreendeu a ausência do longa Carol na categoria principal. Segundo ele, a animação Divertida Mente, uma obra sensível e comovente, ainda poderia completar o top 10, mas foi indicada somente à categoria de melhor animação.

Os Oito Odiados, do diretor Quentin Tarantino, também entra na lista de injustiçados. “Considero obra completa, superior até ao O Regresso, favorito deste ano.” Para Sulzbach, faltou ainda o longa Beasts Of No Nation na categoria principal.

O filme brasileiro Que Horas Ela Volta, da diretora Anna Muylaert, era o favorito para representar o país na categoria de melhor filme estrangeiro. Mas ficou de fora. Segundo Sulzbach, trata-se de uma obra muito representativa das mudanças enfrentadas pelo Brasil nos últimos anos. Por ser uma realidade peculiar, não deve ter comovido os integrantes da Academia o suficiente, opina.

Em compensação, o também brasileiro O Menino e o Mundo surpreendeu ao ser indicado à melhor animação. “É um filme magnífico. Passa sua mensagem de maneira sutil, com base em um desenho de traços simples”, diz Bald. A simbologia sobre as diferenças sociais é impactante, conta. Mas a vitória é difícil, pois o longa compete com o favorito Divertida Mente. “Nesse caso, só o fato de ter sido indicado representa grande conquista.”

Sobre representatividade

A divulgação da lista de indicados deste ano foi marcada por polêmicas. Pelo segundo ano consecutivo, todos os atores e atrizes são brancos. Nas outras categorias, também falta representatividade. Por isso, algumas figuras de Hollywood se uniram para boicotar a premiação.

Segundo Bald, esse é bom canal para evidenciar a falta de representatividade e revisar um sistema que privilegia brancos. “O mundo está mudando e é preciso que a principal premiação do cinema acompanhe isso.” Para ele, os atores negros Samuel L. Jackson, de Os Oito Odiados, e Idris Elba, de Beasts Of No Nation, mereciam estar entre os indicados.

Para Sulzbach, este é momento ideal para debater o assunto. “O Oscar, por ter maior visibilidade, foi escolhido para os protestos.” Falta representatividade das minorias em papéis de destaque, opina. “Não tem como indicar alguém a um prêmio se este não tem a oportunidade de demonstrar talento em bons papéis.”
O Oscar é conhecido como premiação conservadora. Porém, neste ano, deu visibilidade a filmes com temática LGBT, como Carol e A Garota Dinamarquesa. Para Bald, esse pode ser um reflexo da sociedade desejada por muitos: mais plural.
Sulzbach aponta o fato de que, apesar de contemplar minorias, nenhum dos atores atuantes nesses papéis é LGBT. “Quando pensamos em representatividade, temos de ter essas minorias efetivamente interpretando.” É um caminho longo a ser percorrido, mas já se tem bom avanço se comparado há anos anteriores, opina.

Apostas e favoritos

Melhor filme:

Bald – A premiação está entre O Regresso, Spotlight – Segredos Revelados e A Grande Aposta, com o segundo à frente por ter vencido premiações prévias. Mas a crítica tem apontado a possibilidade de O Regresso faturar a estatueta.

Sulzbach – Pelo conjunto de fatores (atuação e aspectos técnicos), O Regresso é o favorito. Mas vale menção honrosa ao Quarto de Jack, um longa com poder de mexer com o espectador de forma emocional.

Melhor diretor:

Bald – George Miller tem feito campanha prévia impecável e não será surpresa se tirar o Oscar das mãos de Alejandro González Iñarritu. Seria justo, dada a qualidade do trabalho do veterano à frente de Mad Max.

Sulzbach – Iñárritu deve vencer novamente, embora Miller tenha feito trabalho exemplar em Mad Max. A direção de Adam McKay, em A Grande Aposta, também é espetacular.

Melhor ator

Bald – A aposta é em Leonardo DiCaprio, apesar de Eddie Redmayne poder surpreender vencendo pela segunda vez seguida. Mas parece improvável.

Sulzbach – DiCaprio, embora Redmayne seja considerado um dos favoritos também.

Melhor atriz

Bald – A única ameaça à vitória de Brie Larson é a veterana Charlotte Rampling. Mas o poder do filme protagonizado por Brie deve desempatar a seu favor.

Sulzbach – Brie Larson vence, sem sombra de dúvidas.

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