O atendimento a crianças em idade escolar foi cancelado pelo Sesi. Resultado da crise no setor industrial, a queda na arrecadação da entidade motivou cortes em serviços e até o fechamento de unidades no estado.
O assunto foi abordado na sessão da câmara dessa segunda-feira. Na tribuna, o vereador Felipe Schossler (PPS) criticou o cancelamento. Segundo ele, a medida foi adotada de forma abrupta e sem discussão com o poder público.
“Muitos pais precisam trabalhar e não tiveram tempo para se organizar após o fim do programa”, alega. Para Schossler, os representantes do Sesi poderiam ter proposto a manutenção do serviço por meio de parceria com a administração municipal.
De acordo como o diretor superintendente do Sesi, Juliano Colombo, o cancelamento do programa foi informado aos pais em reuniões durante o ano passado. “Foram encontros difíceis, mas todos foram avisados. Não faríamos de outra forma.”
Apesar dos cortes, Colombo assegura a manutenção dos demais serviços do Sesi no município. Segundo ele, a entidade realiza obra de reforma da unidade, em um investimento de R$ 5 milhões. “Infelizmente culminou a obra com o fim do projeto e algumas pessoas pensaram que iríamos fechar a unidade.”
Conforme o superintendente, o próprio aluguel da casa onde as crianças eram atendidas durante a reforma demonstra a intenção de seguir com o serviço. “Se soubéssemos da necessidade de cortes, não teríamos investido em uma sede provisória.”
Segundo Colombo, a crise pegou a entidade de surpresa, reduzindo em mais de 20% o orçamento. Diante dessa realidade, a opção foi por manter alguns serviços, como educação para jovens e adultos, orquestras e atendimentos odontológicos e em saúde.
Recursos próprios
Colombo diz que a entidade não foi procurada por nenhum órgão público disposto a uma parceria para manter o atendimento em turno inverso. Segundo o superintendente, o programa sempre foi bancado pelo Sesi. “Se a prefeitura nos dizer que custeia o projeto, podemos avaliar.”
Porém, ressalta que serviço era dirigido aos filhos de industriários, uma vez que os recursos da entidade são repassados pelas indústrias. Em alguns municípios gaúchos, reforça, a atividade foi assumida por associações apoiadas pelo poder público. Nesses casos, o projeto deixa de fazer parte do Sesi e não tem acesso à estrutura, materiais ou profissionais da entidade.
Inauguração em seis meses
A obra de reforma do Sesi Estrela deve ser concluída até setembro. De acordo com Colombo, alguns serviços que foram suspensos serão retomados. “Não é o caso do turno inverso, mas podemos retomar caso a situação econômica melhore.”
Segundo ele, as obras tornarão a sede totalmente acessível para cadeirantes e em condições de manter atividades esportivas, culturais e de lazer.
