A cooperativa Certel comemorou os 60 anos de fundação com a inauguração da hidrelétrica Cazuza Ferreira, distrito de São Francisco de Paula. A apresentação ocorreu nessa sexta-feira. Presidentes de instituições, empresários, representantes públicos e funcionários conheceram a usina que gerará 9 mil kilowatts de potência. Modelo tem baixo impacto ambiental.
A parceria entre três cooperativas, Geopar, Coprel e Certel, alinhou o projeto e permitiu a realização da obra. A hidrelétrica Cazuza Ferreira custou R$ 35 milhões por meio de financiamento com o Badesul, assinado em fevereiro do ano passado. A liberação de funcionamento partiu da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e deve ficar pronta em março. Cerca de 30 mil pessoas serão beneficiadas com energia limpa e renovável.
Conforme o presidente da Certel, Erineu José Hennemann, o investimento garante mais energia gerada no estado, reduzindo a compra. Além disso, o empreendimento gera emprego, 120 durante a construção, e retorno financeiro para a cidade. “A hidrelétrica de Cazuza Ferreira nasce para marcar a história e mostrar um novo modelo de negócios: parceria entre cooperativas.”
Para o prefeito de São Francisco de Paula, Antônio Juarez Hampel Schlichting, a hidrelétrica beneficia o distrito de Cazuza Ferreira e agrega valores à cidade. “Este é um empreendimento moderno, limpo, bem organizado e com tecnologia de ponta. Vai gerar grandes dividendos e receita significativa”, diz.
O governador José Ivo Sartori era presença confirmada, mas cancelou na última hora e foi representado pela mulher Maria Helena. A ausência ocorreu devido ao chamado a Brasília para tratar, na Secretaria da Fazenda, sobre as dívidas do Estado com a União.
Para Maria Helena, o governador estaria feliz com a inauguração do empreendimento. O formato de negócio unindo cooperativas segue os ideais de Sartori. “Ele sempre falou que não teria medo de fazer parcerias para gerar resultados. A hidrelétrica Cazuza Ferreira é a prova de que com a união fazemos mais.”
Certel, 60 anos de ousadia
A história da cooperativa iniciou na década de 1950 com a necessidade de produzir energia elétrica para agricultores. O distrito de Teutônia era abastecido, mas com deficiência. Para mudar o cenário, Reinoldo Aschebrock liderou moradores para a construção da primeira usina hidrelétrica, com capacidade para 75 kva de potência.
A construção contou com o empenho da comunidade, desde a construção da barragem até a instalação de postes. Mais tarde, ampliaram a capacidade da usina para 150 kva. A qualificação no setor de energia atraía mais moradores e incentivou a criação de uma cooperativa. Assim, em fevereiro de 1956, foi criada a Cooperativa de Eletricidade Rural de Teutônia Ltda (Certel).
Saiba mais
Uma das principais preocupações das cooperativas na construção da hidrelétrica foi o baixo impacto ambiental. Para tanto, foi construída barragem de 2,9 metros de altura por 180 de extensão no Rio Lajeado Grande. A cascata com queda de 90 metros é propícia para a geração de energia.
O empreendimento é certificado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, por compensar créditos de carbono em 12,5 toneladas de CO².
A construção em Cazuza Ferreira reaproveitou a infraestrutura construída em 1969, para gerar 150 kw de potência. Na época, a Cooperativa de Eletrificação de Vila Cazuza Ferreira Ltda. (Cevicaf) idealizou a obra.
