Projeto do BRDE ainda gera desavenças

Lajeado

Projeto do BRDE ainda gera desavenças

Vereadores discutiram sobre a manobra feita para rejeitar o financiamento

Projeto do BRDE ainda gera desavenças
Lajeado

A rejeição por falta de quórum do projeto de lei que autorizaria operação de crédito de R$ 4 milhões com o BRDE voltou a gerar fortes manifestações no plenário, ontem. Sérgio Kniphoff (PT) foi cobrado pelos vereadores de oposição por suas declarações durante a sessão extraordinária de segunda-feira, quando os opositores se ausentaram.

Kniphoff chamou de covardes os vereadores ausentes na votação da proposta encaminhada pelo Executivo. Lorival Silveira (PP) ironiza a posição do colega. “O senhor nos ensinou essa covardia, sendo covarde no passado.” Ele se referia a uma sessão de 2011, quando vários vereadores – incluindo o petista – deixaram o plenário para impedir votação de projeto.

Waldir Gisch (PP) cobra respeito entre os parlamentares. “Sérgio, você extrapolou ao chamar os colegas de covarde”, diz. O progressista afirma que ‘covarde’ é sinônimo de ‘traiçoeiro ou desleal’. “A quem fomos desleais ou traiçoeiros. Há outras formas de fazer pavimentações com recursos próprios.”

Sobre a ausência, Silveira diz que o projeto de lei já havia sido rejeitado em outra sessão extraordinária realizada no dia 22 de janeiro. Ele afirma que o presidente da câmara, Heitor Hoppe (PT), falhou ao colocar a matéria em votação outra vez. “Você está aprendendo, mas tem que estudar mais o regimento interno.”

Para o peemedebista Adi Cerutti, a razão para a ausência também foi motivada pela semelhança com o projeto votado em janeiro. “Não assinei pela Comissão de Justiça e Redação. Não havia motivos para um mesmo projeto voltar. Ele já foi rejeitado. Esse foi o motivo pelo qual nos não viemos.”

Ildo Salvi (REDE) cita que o prefeito, Luís Fernando Schmidt, “feriu” a Lei Orgânica (LO) ao reencaminhar um pedido de financiamento com o BRDE no mesmo ano. “Ele mesmo ajudou a produzir essa lei.” O vereador informa ter solicitado, ainda em janeiro, reunião com representantes do governo para discutir a matéria. “Não fui atendido.”

Salvi também critica a postura de Kniphoff na sessão de segunda-feira. “Saímos juntos para evitar quórum em um projeto do governo anterior. E agora o próprio proponente daquela ação nos chama de covarde”, lamenta. “Faltamos para, deliberadamente, derrubar o projeto”, emenda.

Ex-presidente da câmara, Carlos Ranzi (PMDB) foi outro a comentar sobre as declarações de Kniphoff. O peemedebista lamenta ter sido chamado de ‘covarde’, e acusa o petista de ser um dos vereadores menos produtivos nesta legislatura. Ele também afirma que houve “artimanhas” para tentar a aprovação do projeto. “Mesmo assim não conseguiram.”

Melancia e azeitona sobre a mesa

Kniphoff se defende das declarações dos colegas. Segundo ele, sua ausência em uma sessão realizada em 2011 ocorreu por motivos diferentes. “Quando faltei foi para evitar aumento de impostos”, cita, afirmando que desta vez a proposta prevê “calçamento para bairros carentes.”

Ainda sobre a rejeição da proposta, Kniphoff critica a postura de alguns contribuintes que foram ao plenário na sessão de segunda-feira. “Os empresários que aplaudiram não sabem que existe Lajeado após a ponte do Saraquá. Nunca pisaram no bairro Conservas”, comenta.

O petista critica os vereadores que cobram economia e aceitam receber 13º salário. “O Ranzi disse que não queria, mas depois foi pedir valores de dois anos.” Por fim, colocou uma melancia e uma azeitona sobre a mesa para tentar demonstrar a diferença, a longo prazo, entre a arrecadação municipal e a dívida com o BRDE. “Se uma azeitona é desnecessária, ela é cara”, rebate Ranzi.

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