A infestação de baratas durante o verão causa incômodo aos moradores do bairro Canabarro. Desde 2013, a professora aposentada Antônia Baugratz, 74, protocolou pedido para solução do problema. O documento circulou pela Vigilância Sanitária (Visa) e Secretaria do Meio Ambiente. A administração municipal acenou com a revisão da rede pluvial e a compra de termonebulizador. No entanto, as soluções não chegaram à comunidade.
Antônia mora na cidade faz 39 anos e afirma que há cada vez mais baratas. A solicitação junto aos órgãos públicos foi acompanhada por mais de seis meses. No segundo ano, a mesma jornada e nenhuma resposta. Cansada de clamar por solução, desistiu e passou a comprar inseticidas.
Para combater as baratas, usa spray, armadilhas e pó. No total, chega a gastar R$ 50 por mês, mas isso apenas mascara o problema. As substâncias são aplicadas durante a tarde e a noite. A filha pagou R$ 500 para detetizar a casa. A medida resolveu por algum tempo, mas as baratas retornaram.
As aplicações são realizadas com máscara e luvas. As louças são lavadas todos os dias e os alimentos são guardados em potes. O receio da família é que a exposição constante aos venenos agrave os problemas de saúde ou gere outras doenças. “Algum mal deve fazer, estamos nos envenenando todos os dias”, diz.
Em frente à casa de Antônia, mora o casal Clélia, 59, e Ery da Costa, 64. Os dois já pensaram em procurar a Secretaria do Meio Ambiente, mas desistiram após a iniciativa da vizinha. “Não vamos atrás porque não adianta, não irão resolver.” Para combater os insetos, aplicam venenos todos os dias.
Iniciativas públicas
No ano passado, o assunto foi retomado na câmara de vereadores. O Executivo apresentou estudo preliminar destacando a origem do problema. O depósito de dejetos na rede pluvial faz do esgoto um criadouro de baratas e os bueiros se tornam a porta de entrada e saída. A primeira medida apresentada seria a revisão da rede pluvial.
Como método prático de ação, a administração abriu licitação para compra de um termonebulizador. O aparelho funciona como canhão que expele gás. Ele seria utilizado na rede pluvial nos pontos com mais registro de insetos. Para operar a máquina, um servidor deveria ser qualificado. O projeto ainda não foi efetivado na comunidade.
Risco de doenças
As baratas podem transmitir doenças como hepatite A, febre tifoide, tuberculose, conjuntivites, infecções urinárias, lepra, pneumonia, enteroviroses, salmoneloses, shigeloses e outras. Além disso, produzem secreções que provocam mau cheiro e gosto ruim aos alimentos. Higienizar o ambiente, evitar restos de alimentos e fechar frestas contribuem para a prevenção.
