Ação contra o aedes ocorre em 13 cidades

Vale do Taquari

Ação contra o aedes ocorre em 13 cidades

Municípios receberam ajuda de militares do Exército para ampliar alcance da ação

Ação contra o aedes ocorre em 13 cidades
Vale do Taquari

O dia nacional de combate ao mosquito da dengue, que ocorreu nesse sábado, mobilizou 13 municípios da região. As atividades priorizaram a conscientização e o monitoramento de áreas de risco de incidência de focos do aedes aegypti.

Equipes das secretarias de Saúde, vigilância epidemiológica e Meio Ambiente de três cidades receberam o reforço do Exército. Homens do 7º Batalhão de Infantaria Blindada (BIB) de Santa Cruz do Sul auxiliaram no trabalho de visitação, identificação de larvas e eliminação de criadouros.

Em Estrela, a ação reuniu mais de cem pessoas, entre servidores municipais, além de 50 soldados do 7º BIB. A equipe se concentrou no CTG Raça Gaudéria, no Loteamento Popular, de onde partiu para vistorias nos bairros Boa União, Estados e Imigrantes.

Mais de 900 residências foram visitadas. Além da entrega de material informativo sobre o ciclo reprodutivo do mosquito, e formas de evitar o aparecimento de focos, materiais que possibilitam o acumulo de água foram recolhidos de terrenos baldios.

De acordo com o secretário da Saúde, Elmar Schneider, a mobilização mostra o resgate das instituições, unindo o Executivo, Legislativo, Defesa Civil e Exército. Ele celebra a receptividade dos moradores visitados. “É a grande preocupação neste momento”, pondera.

Segundo Schneider, um dos destaques do mutirão foi o trabalho no depósito do bairro dos Estados. O proprietário, revela, permitiu a entrada das equipes, que encontraram entulhos com acúmulo de água, e a partir de agora haverá monitoramento periódico do local. Também será instalada uma armadilha, e recolhidas 64 cargas de lixo.

Operação militar

Conforme a enfermeira Ana Paula Delwing, em Bom Retiro do Sul, a divulgação dos números finais da ação ocorre nesta quinta-feira. Uma estimativa preliminar aponta que 50% da meta local foi atingida com cerca de 900 casas visitadas nos bairros Imigrantes, São Diego, centro e Cidade Baixa.

A colaboração dos militares, segundo Ana, foi essencial para o sucesso da movimentação, e outro mutirão já está sendo agendado. Foram realizadas quatro coletas de larvas. Material que foi enviado para análise, mas ainda não há confirmação da presença do aedes aegypti no município.

As amostras encaminhadas para avaliação foram encontradas em residências e terrenos baldios, diz. A maioria das famílias recebeu bem as equipes. “No geral percebemos que a população está bem conscientizada”, comenta.

Em Teutônia, que também teve apoio de militares do 7º BIB, o mutirão priorizou áreas que, segundo o coordenador da Vigilância Sanitária, Nelson Cardoso, são críticas. No bairro Canabarro, onde já havia sido encontrado foco do mosquito, afirma, mais quatro larvas foram recolhidas.

De acordo com Cardoso, em torno de 2.5 mil casas foram visitadas. Hoje há cerca de 160 queixas sobre possíveis focos a serem verificadas, atividade que será priorizada, afirma.

O trabalho de conscientização dos moradores deve continuar. A meta da administração municipal é de visitar todas as casa até o fim do ano. “A equipe vai continuar até que todos saibam do risco da doença”, conclui.

Esforço conjunto

A mobilização nacional chegou a Encantado. Equipes da Secretaria da Saúde e Meio Ambiente, do Departamento de Vigilância Sanitária, da Unimed e da Emater/RS-Ascar distribuiram folhetos no centro.

O material reúne dicas para eliminar o transmissor da dengue, do vírus zika e da febre chikungunya, bem como sobre os sintomas das doenças e características do mosquito.

RS suspende uso de larvicida

Em meio às campanhas de combate ao mosquito, o secretário estadual de Saúde João Gabbardo suspendeu o uso de produto utilizado para matar as larvas do inseto. O motivo é um estudo argentino que aponta o Pyriproxyfen como causador ou potencializador dos casos de microcefalia relacionados ao zika.

Conforme Gabbardo, o larvicida foi recebido do Ministério da Saúde e era utilizado em pequena escala no RS. A aplicação ocorria nos casos em que não é possível evitar o acúmulo de água ou remover os recipientes. O uso mais comum era em chafarizes e vasos de cimento em cemitérios.

A suspensão vale até uma posição oficial do Ministério da Saúde sobre a segurança do produto. A Associação Brasileira de Saúde Coletiva ( Abrasco) publicou nota técnica pedindo a suspensão imediata do uso do Pyriproxyfen e de outros químicos utilizados no combate ao inseto.

Possibilidade de multa

O governo federal estuda uma multa para reincidências na identificação de focos. A multa seria para os casos em que as pessoas se recusassem a receber as visitas da campanha ou caso as larvas fossem encontradas mais de uma vez. Se o proprietário do imóvel não deixa entrar, o agente público entra por força da medida provisória. “Se o descuido persiste, então a pessoa está deliberadamente colaborando para a infestação”, afirmou o ministro Jaques Wagner.

Acompanhe
nossas
redes sociais