Governo prevê 9,6% de  reajuste no piso regional

Estado

Governo prevê 9,6% de reajuste no piso regional

Projeto desagrada empresários e trabalhadores

Governo prevê 9,6% de  reajuste no piso regional
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A proposta do Piratini para reajustar o mínimo regional reacende a polêmica sobre o piso salarial gaúcho. Enviado nessa sexta-feira à Assembleia Legislativa, o projeto do governo prevê aumento de 9,6% para as categorias enquadradas no mecanismo.

De um lado, sindicatos de trabalhadores cobram aumento maior, de 11,6%. Impactadas pelos 16% de aumento aprovado no ano passado, entidades patronais reivindicam reajuste zero para 2016. Em nota, a Federação das Indústrias do RS (Fiergs) exige o fim do salário mínimo gaúcho.

O acréscimo previsto pelo Estado fica abaixo da inflação medida em 2015, de 10,67%. Documento entregue pelas centrais sindicais ao secretário do Trabalho, Miki Breier, estimava reajuste 1,5% acima do salário mínimo nacional.

Os sindicatos também pedem a inclusão de novas categorias no piso, como dos empregados em imobiliárias. Ainda pedem a mudança de faixa dos trabalhadores da indústrias extrativas e do comércio hoteleiro.

Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lajeado, Heinz Rockenbach afirma que a conjuntura econômica não favorece o aumento. “Os trabalhadores merecem melhores salários, mas já tivemos um reajuste muito acima da inflação no ano passado.”

Para ele, a proposta pode, inclusive, resultar em ainda mais retração na economia gaúcha. “Não afeta apenas o varejo. Vários setores terão de recalcular os custos e muito deverá ser repassado aos consumidores.”

Ao longo do ano passado, o governo realizou três reuniões com sindicatos e patronais para debater a questão, mas não houve acordo.

Fiergs pede extinção

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A entidade critica a política de salário mínimo regional. Conforme a entidade, entre 2011 e 2015, os reajustes acumulados somaram 84,2%, ante 34,5% registrados na inflação.

De acordo com o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, a dinâmica industrial do RS não difere dos demais estados e apresenta quedas sucessivas. O setor enfrenta o maior ciclo recessivo dos últimos anos, afirma.

“Dados do ano passado mostram que retornamos aos patamares de 2009”, alerta. Para Müller, os aumentos das alíquotas de ICMS pressionam ainda mais a atividade. “Ficou mais caro produzir no RS”, alega. Segundo ele, os aumentos do piso nos últimos anos não resultaram em melhoria dos índices de produtividade.

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