Executivo tenta transferir rodoviária

Estrela

Executivo tenta transferir rodoviária

Ideia é transformar área do porto em um local turístico, com acesso ao passeio de trem

Executivo tenta transferir rodoviária
Estrela
oktober-2024

A administração municipal segue trabalhando próximo aos sócio-diretores do terminal rodoviário para tentar a transferência da sede para a área do Porto Fluvial. As tratativas iniciaram há cerca de um ano e ainda esbarram na necessidade de aval por parte da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), responsável hoje pela coordenação e manutenção de todo o terreno portuário construído às margens do Rio Taquari.

O objetivo do prefeito Rafael Mallmann é transformar a área do porto em ponto de turismo. Para isso, planeja, em negociações com SPH e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a liberação da área para construção de terminal rodoviário, e ainda para a utilização da linha férrea para um trem turístico que deve ligar Estrela a Guaporé.

Um dos diretores da rodoviária, o empresário Nelson Noll, vê com cautela a tentativa de transferir o terminal às margens do Rio Taquari. “Primeiro é preciso garantir a área, e isso ainda depende da SPH. Só após essa etapa vamos iniciar a formulação de projetos e orçamentos para a construção de uma estrutura dentro do porto”, anuncia.

Noll, apesar de precavido, enaltece a possível parceria entre poder público e privado. Cita que a ideia de promover o terminal junto a um ponto turístico poderá acarretar maior rentabilidade. “Não se descarta, por exemplo, a venda de passagens para passeios de barco e trem no mesmo terminal. Mas tudo isso precisa ser bem analisado ainda”, sustenta o empresário.

Caso se concretize a saída do terminal rodoviário da av. Rio Branco, no bairro Oriental, a intenção dos proprietários do prédio utilizado pela concessionária é transformá-lo em uma galeria de lojas comerciais.

A reportagem encaminhou e-mail para a diretoria executiva da SPH, para questionar sobre a proposta do governo de Estrela, mas até o fim desta edição não houve resposta. O diretor de Hidrovias da SPH, Cristiano Nogueira da Rosa foi procurado, mas não atendeu aos telefonemas durante a tarde.

Dificuldades financeiras

Há cerca de um ano, em entrevista ao A Hora, Noll reclamava da pouca rentabilidade do terminal. Na época, estimava uma receita média mensal de R$ 28 mil, e uma despesa de R$ 29 mil por mês. “Hoje melhorou um pouco com o aumento de 10% das passagens. Mas, com a inflação e a queda de 5% do movimento em janeiro, acaba ficando tudo na mesma”, lamenta.

Segundo o empresário, neste mês a empresa formada por quatro sócios lucrou cerca de R$ 1 mil mensal com o terminal. “Mas projetamos déficit logo para abril.” Para ele, os repasses de 11% dos valores das passagens e de 15% sobre as encomendas são baixos para uma rodoviária do porte de Estrela. “São índices bons para terminais grandes, como em Porto Alegre. Mas aqui são baixos para sustentar o negócio.”

Para evitar o fechamento, Noll afirma que o aluguel de espaços para lojas e a venda de passagens interestaduais dão um fôlego ao caixa. Com contrato renovado por mais 18 anos por meio de processo licitatório, ele chegou a pensar em devolver a concessão ao Daer.

Entrevista com prefeito de Estrela Rafael Mallmann

A Hora – A SPH já autorizou tal decisão?
Rafael Mallmann – Até o momento não há nada de concreto. Existe a intenção da administração municipal em, se for concretizado o projeto do trem turístico, criar um modal de transporte de passageiros na área
portuária, unindo o ferroviário e rodoviário. Existe um pedido nosso consultando a SPH sobre a viabilidade de cedência de parte da área, mas não existe ainda a autorização.

Além da mudança no local da rodoviária, quais os outros planejamentos referente a linhas de ônibus estão previstos pela administração?
Mallmann – Em setembro do ano passado, mediante processo licitatório, o município contratou empresa para elaborar o Plano de Mobilidade Urbana, no qual a questão do transporte coletivo está inserida. A apresentação inicial deverá ocorrer em março. Depois disso, ocorrerão consultas públicas, quando a população poderá se manifestar a respeito.

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