Ex-secretários cobram explicações de Portz

Lajeado

Ex-secretários cobram explicações de Portz

Vereador tucano afirma que um deles teria tentado subornar um correligionário

Ex-secretários cobram explicações de Portz
Lajeado

A denúncia do parlamentar tucano encaminhada ao juiz eleitoral gera críticas entre ex-secretários municipais que atuaram durante a gestão de Luís Fernando Schmidt. Delmar Portz (PSDB) afirma que um deles teria ido até a casa de um pré-candidato da sigla para oferecer R$ 10 mil em troca da desistência pelo pleito de outubro. Ministério Público (MP) e Polícia Federal (PF) investigam o caso.

Portz não cita nomes. Disse apenas “não se tratar de Adi Cerutti (PMDB)”, que deixou a Secretaria de Obras (Sosur) em dezembro passado. Comenta ainda que haviam outras duas pessoas nesse suposto encontro.

O juiz eleitoral, Luís Antônio de Abreu Johnson, impôs a abertura de inquérito para investigar as denúncias, e cobra seriedade no processo que será conduzido, no MPE, pelo promotor de Justiça, Carlos Fiorioli. O prazo inicial é de 30 dias para a conclusão.

Além de Cerutti, Marquinho Lang, Jolci Bolsi, Eduardo Gomes, Nelson Noll e Ricardo Giovanella foram os demais secretários que também deixaram a administração municipal durante a atual gestão. Pelo menos um deles já notificou, por meio de advogados, o parlamentar. Cobra mais detalhes sobre a denúncia, principalmente os nomes dos supostos envolvidos.

“Notifiquei o Portz e ainda o presidente da câmara. Quero que ele diga, afinal, quem é este ex-secretário. Ele não pode simplesmente jogar uma informação grave como essa no ar, sem especificar nomes. Depois, os demais é que terão que juntar os cacos dessa desinformação”, avisa Nelson Noll, cuja notificação foi encaminhada nessa quarta-feira ao vereador tucano.

Noll comenta já ter sido vítima de calúnia por parte de uma empresa de comunicação em 1993, após assumir como secretário de Planejamento (Seplan) do governo do então prefeito, Leopoldo Feldens. Diante disso, cobra mais responsabilidade de quem acusa. “Recuperar uma imagem é complicado. É preciso cuidado quando se mexe com o nome das pessoas”, reclama.

“Não tenho dinheiro para dar aos outros”

Outros ex-secretários também reclamam da atitude de Portz. Jolci Bolsi, ex-secretário de Inovação e Desenvolvimento (Sedei), pediu para deixar o governo em julho de 2013. Hoje, diz estar fora da política. “Não tenho nada contra ele. Acho que é bom ele denunciar, mas é preciso citar nomes, para que se possa esclarecer de fato este caso. Estou tranquilo. E não tenho dinheiro para dar aos outros.”

Ricardo Giovanella, ex-secretário da Agricultura (Saurb), também garante estar tranquilo em relação à denúncia de Portz. “Estou aguardando mais detalhes. Li as matérias que saíram sobre o assunto, e aguardo para descobrir quem é. A princípio não me sinto atingido, pois não citou meu nome. Se tivesse citado, já teria tomado as devidas medidas. Mas não estou preocupado com isso.”

Dedicado atualmente à carreira como músico, o ex-secretário de Cultura e Turismo (Secultur), Eduardo Gomes, está em turnê e afirma desconhecer o assunto. “Estou por fora da política. Não tenho o que comentar.” A reportagem tentou, mas não conseguiu contato com o ex-secretário de Meio Ambiente, Marquinhos Lang.

Risco de calúnia

Em coletiva realizada na semana passada, citou a possibilidade de o parlamentar responder por ‘denunciação caluniosa’ caso não se confirmem os fatos. O juiz lembra ainda de casos semelhantes registrados nas eleições de 2012, e que por fim se confirmaram e culminaram na condenação de agentes públicos. Alguns permanecem no regime semiaberto do Presídio Estadual de Lajeado.

Portz foi procurado pela reportagem durante a tarde dessa sexta-feira, mas não retornou as ligações. Na sessão extraordinária de quinta-feira, ele voltou a falar sobre o assunto, mas novamente evitou citar nomes. Disse, no plenário, que temia represálias. “Sei que posso me incomodar”, avisou, lembrando que tal denúncia poderá evitar, aqui, casos de corrupção verificados pelo país.

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