Representantes de diferentes igrejas cristãs lançaram, ontem, a edição deste ano da Campanha da Fraternidade Ecumênica.
A tradicional mobilização do período da Quaresma abordará as deficiências com saneamento básico no país. As atividades foram apresentadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic).
Com a escolha do tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, a campanha deve gerar a conscientização em diferentes pontos da comunidade, segundo o padre Lucas Del Osbel. O lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” foi elencado para 2016.
A abrangência da campanha, afirma, deve ser facilitada pelas ações desenvolvidas em atividades de grupos independentes e nas comunidades. Livretos, cartazes e panfletos foram distribuídos. “É uma das coisas em voga desde o início da humanidade. A igreja sempre trabalhou isso de forma indireta, com a higiene e boas maneiras.”
Esta é a quarta campanha ecumênica organizada. A última edição havia sido em 2010, quando a ligação entre a economia e a vida foi o foco das ações. Antes dela, atividades do tipo haviam ocorrido em 2005 e 2000, quando Solidariedade e Paz e Dignidade Humana e Paz foram escolhidas como foco.
De acordo com dados divulgados durante a abertura, mais de cem milhões de pessoas no país vivem sem saneamento básico. Além de líderes religiosos, o evento contou com a participação do ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Uma das novidades desta edição é a parceria com a entidade da Igreja Católica na Alemanha, Misereor. Ela atua na cooperação para o desenvolvimento de países da Ásia, da África e da América Latina.
Preocupação comum
Em nota, o presidente do Conic, dom Flávio Irala, salientou a importância do saneamento básico para a saúde da população e a classificação de sua qualidade como um direito. De acordo com ele, a publicação indica a necessidade de união de esforços entre a sociedade civil e o poder público para garantir avanços.
“Nos preocupamos com o fato de que mais da metade da população permaneça sem acesso à rede de coleta de esgoto e que apenas 40% dos esgotos sejam tratados.”
Avaliação similar foi feita pelo presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha. “O tema deste ano é de grande atualidade e urgência. O cuidado da casa comum, pondo em relevo o saneamento básico, não pode ser descuidado, nem pode ser deixado para depois, necessita da atenção e dos esforços de todos.”