O problema de vazamento na rede de esgoto da UPA do município está perto de ser resolvido. As falhas, que acarretaram na poluição do lago do Jardim Botânico, denunciadas em novembro de 2014, devem ser corrigidas com a substituição da tubulação.
De acordo com o secretário de Saúde (Sesa) Glademir Schwingel, as obras começaram em janeiro, e devem ser concluídas antes do fim deste mês. Estão previstas a eliminação do cano que permitia que os efluentes escoassem até o outro lado da ERS-413, e a reestruturação de todo o sistema hidrossanitário.
Segundo Schwingel, a maior parte dos contratempos era decorrente de falhas no sistema de captação pluvial que ficava sobrecarregado quando chovia. Dessa forma, indica, a água não tinha vazão, acabava transbordando e levando junto o esgoto.
Ele sugere que possíveis fragilidades não foram observadas durante instalação da estrutura original. Muitos canos estavam danificados devido à colocação incorreta, indica, o que gerou uma série de problemas em toda a rede. “Aparentemente foi malfeito, alguns problemas passaram despercebidos. Mas agora tudo será substituído”, comenta.
Conforme Schwingel, a troca da tubulação será concluída nos próximos dez dias. O resto da obra, afirma, deve ficar parada por mais alguns dias, em função do tempo necessário para a recomposição do piso. Com esse trabalho, ele considera que a UPA está completa, ainda que necessite de reparos preventivos.
De acordo com o secretário, o prédio já tem dois anos, portanto, começa a apresentar a necessidade de alguns reparos. “Além da manutenção de rotina, acredito que essa obra resolva o último grande problema que o local tinha”, conclui.
Saiba mais
Em dezembro de 2014, o A Hora publicou matéria trazendo à tona a denúncia de ex-biólogos do Jardim Botânico, a respeito de uma possibilidade de risco ambiental. Conforme a Secretaria de Planejamento (Seplan), um processo foi aberto no dia 11 de novembro.
Apesar da notificação administrativa, na época, nenhuma atitude foi tomada. O secretário do Meio Ambiente (Sema) José Francisco Antunes disse não ter sido informado do ocorrido. “Apenas ouvi comentários sobre mau cheiro e substância estranha no local.”
O então secretário de Obras e Serviços Urbanos (Sosur), Adi Cerutti, confirmou o recebimento do processo administrativo. Mas explicou que a situação não era de responsabilidade da Sosur, e que a obra foi fiscalizada por engenheiros do Estado.
Segundo o biólogo Leonardo Bazanella, indicadores de poluição foram constatados no lago. Entre eles, o desaparecimento de insetos e anfíbios, o surgimento de algas incomuns e o mau cheiro. Mas a falha no sistema de esgoto da UPA persistiu, e em janeiro de 2015 Ao A Hora produziu outra publicação sobre o assunto.