Reunião expõe fragilidade do policiamento

Lajeado

Reunião expõe fragilidade do policiamento

Moradores reclamam de arrombamentos e Brigada Militar realça falta de efetivo

Reunião expõe fragilidade do policiamento
Lajeado

Moradores do bairro Universitário e autoridades participaram de uma reunião com o intuito de discutir a segurança pública no Loteamento Verdes Vales.

O encontro ocorreu na terça-feira à noite, 2, no espaço onde está sendo construído o Salão Comunitário da Igreja Nossa Senhora de Lurdes.

De acordo com o presidente da associação de moradores local, Adão Nunes, um dos motivos do encontro é a série de arrombamentos que ocorreram na região. Nos últimos três meses, indica, mais de dez casas foram invadidas. “As casas estavam sempre vazias ou em horário de trabalho, ou em férias, algumas pessoas tiveram muito prejuízo”, lamenta.

Uma das reivindicações populares é a intensificação da Brigada Militar nas ruas. Segundo Nunes, os vizinhos querem saber o que de fato está sendo feito para garantir a segurança das famílias, e coibir os atos criminosos. Conforme o comandante da 1ª Companhia da Brigada Militar, capitão Luciano Johann, as dificuldades enfrentadas pelo policiamento são visíveis.

Para ele, a atual realidade da corporação é preocupante, em função do baixo número de viaturas e da diminuição gradativa do efetivo. “Estamos fazendo o máximo que podemos diante desse quadro”, comenta. Johann revela que em janeiro foram feitas cerca de 27 prisões no município, por crimes como furto, roubo e tráfico de drogas.

E aponta a redução no número de policiais, que se deslocaram para o litoral em função da Operação Golfinho, como fator agravante ao policiamento ostensivo nos bairros. Para ele, apesar de a cidade contar com três grupos de policiamento comunitário, um deles cobrindo a região do Verdes Vales, o déficit de pessoal impõe adaptações.

Dessa forma, reconhece, os quatro homens que atuam naquela região são deslocados e por vezes não sobra tempo hábil para patrulhamento de rotina. “Eles continuam atendendo as ocorrências nos bairros, a situação voltará ao normal entre o fim de fevereiro e começo de março”, declara.

Investigações

Conforme o delegado da Polícia Civil de Lajeado, Juliano Stobbe, a investigação de crimes graves, como assassinatos, é priorizada. De modo que os 11 policiais que trabalham hoje no município ficam sobrecarregados. Para Stobbe, a redução, que fez com que o número de agentes passasse de 104 em 2011 para 54 em 2016, não é o único problema.

A sensação de impunidade, expõe, causada pelo medo que a vítima tem de prestar depoimento, faz com que o número de crimes aumente e menos prisões sejam efetuadas. “Para agora o que pode ser feito é a comunidade se ajudar e nos procurar”, sugere.

Redes de monitoramento

Os moradores também cobraram maior clareza e definição com relação ao conjunto de políticas públicas sobre segurança no município. Ao que o secretário de Segurança Pública e Cidadania (SSPC), Gerson Teixeira, apresentou um sistema de monitoramento comunitário.

Segundo ele, o Programa Vizinho de Olho, que consiste na formação de uma rede de cuidado entre moradores de uma mesma localidade, já foi implantado com sucesso. A ideia é criar uma célula colaborativa, padronizando maneiras de agir evitando que as residências se tornem vulneráveis.

Conforme Teixeira, a fragilidade da legislação também contribuiu para o aumento da criminalidade. Para ele, enquanto a polícia prender e a Justiça soltar o único meio de evitar se tornar uma vítima é a prevenção. “É preciso pressionar o governo para mudar as leis”, conclui.

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