Com a abertura de novos mercados e recorde nas exportações, produtores investem na ampliação dos plantéis. Em Cruzeiro do Sul, a família Kich aposta em matrizes de postura de ovos férteis desde 1998.
Segundo o proprietário, Augusto Alfredo, 53, anteriormente eram criados frangos de corte. No entanto, problemas financeiros com a empresa que recebia as aves motivaram a troca. “Adaptamos a estrutura e com a ajuda dos quatro filhos iniciamos o alojamento.”
Com oito galpões construídos, por ciclo, são alojados 54 mil aves, 10% desse montante são machos. Da granja, os ovos seguem para um incubatório em Garibaldi. A produção diária alcança 38 mil unidades. Parte do complexo está em reformas e todo processo será automatizado.
O investimento chega a R$ 600 mil. Kich projeta a construção de mais dois prédios totalmente climatizados até o fim do ano, cujo valor aplicado soma R$ 1,5 milhão. “Nossa meta é alojar mais 27 mil aves e produzir 60 mil ovos por dia.”
Na visão de Kich, quatro fatores favorecem a alta produtividade – mão de obra qualificada (18 funcionários), assistência técnica eficiente, alto rigor sanitário e investimento tecnológico, visando o bem-estar animal. O produtor recebe em média R$ 103 por milheiro (caixa com mil ovos). O valor é considerado satisfatório. “A empresa avalia em torno de 80 itens que podem aumentar ou diminuir em até 25% o preço final do produto.”
Para evitar a ocorrência de doenças, toda granja é cercada. A entrada de pessoas estranhas é proibida e os funcionários tomam banho duas vezes ao dia. O descarregamento de ração e a coleta dos ovos ocorre do lado de fora dos aviários. “A sanidade é nosso maior patrimônio. Garante produtividade, bom preço, mercado e produtos saudáveis ao consumidor.”
Tecnologia imprescindível
Com a rentabilidade cada vez menor, tanto a indústria como o produtor buscam a maximização da eficiência no processo produtivo. Para tanto, a incorporação constante de novas tecnologias em todas as áreas tem se tornado fundamental para a sobrevivência da atividade.
Na granja, uma das mudanças em andamento é o recolhimento dos ovos. Os ninhos manuais serão substituídos por automáticos com esteiras para coleta. Além de exigir menos mão de obra, aumenta a produtividade por ave em até cinco ovos por ciclo (11 meses).
Outra vantagem é a menor ocorrência de danos no produto e contato da galinha com o ovo após a postura, maior higiene nos galpões e agilidade no trabalho. “Verificamos uma substancial melhora na qualidade microbiológica e no aproveitamento dos ovos pelo menor tempo de exposição no ninho, reduzindo a incidência de ovos sujos, trincados e quebrados.”
O recolhimento é feito seis vezes ao dia. Após a postura, o ovo cai na esteira e segue para a sala de classificação e embalagem. O custo de implantação de ninhos automáticos varia de R$ 15 a R$ 19 por fêmea alojada, de acordo com o modelo adotado.