O Departamento Médico de Lajeado (DML) está sem serviço de necropsias e de lesão corporal até dia 22 de fevereiro.
Nessa sexta-feira, o único médico legista de Lajeado, Bruno Lieske, saiu de férias por três semanas. Sem substituto, a unidade responsável por atender 48 municípios da região ficará fechada durante 24 dias.
Neste período, todos os procedimentos de responsabilidade do DML de Lajeado serão encaminhados para outros municípios. Até domingo, dia 31, os atendimentos serão realizados em Cachoeira do Sul. Entre os dias 1º e 19 de fevereiro, em Santa Cruz do Sul.
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O problema com falta de funcionários no DML de Lajeado é antigo. Há dois anos, a unidade também ficou quase 20 dias sem médico-legista. Além disso, persiste a falta de materiais e a depreciação de equipamentos necessários. Entre eles, a câmara fria, em conserto há mais de quatro anos.
Hoje, a responsabilidade pelos 48 municípios recai toda sobre Lieske. Em julho de 2014, ainda havia outro profissional, mas ele se aposentou e ninguém foi contratado. Dois anos antes, em 2012, eram três. Um deles foi transferido para atuar na Região Metropolitana. Na época, Lieske chegou a cumprir quase 60 dias ininterruptos de serviços no DML local.
Além do médico, também atuam técnicos em perícia. Muitos reclamam de valores referentes a horas extras. Antes das férias de Lieske, a equipe se dividia em turnos para atender os serviços delegados ao departamento. Durante a manhã, costumam ser realizados exames de corpo delito. À tarde, casos mais graves, como estupros. Já as necropsias, por lei, só podem ser realizadas após seis horas da confirmação do óbito.
Câmara fria segue em reforma
Reportagem do jornal A Hora, em agosto de 2014, já apresentava problemas enfrentados pela equipe do DML. Na época, aguardavam cerca de R$ 5 mil para consertar a câmara de resfriamento do local. Ela tem mais de 20 anos de uso. Agora, a Univates se encarrega do conserto, que deverá ser concluído só depois de março.
Naquele ano, havia seis aparelhos semelhantes disponíveis para as 30 unidades do estado. Um deles chegou a ser cogitado para Lajeado, mas foi entregue em Santa Cruz do Sul. O DML de Lajeado também já perdeu um aparelho de raios X em 2011. Ele ficou quase seis anos encaixotado por falta de recursos para utilizá-lo, e por fim, acabou enviado para outra unidade no estado.
Lajeado quer uma coordenadoria
Durante os últimos anos, CIC, Codevat e departamentos das policias civil e militar pleitearam por diversas vezes a instalação de um Instituto Geral de Perícias (IGP) no Vale do Taquari.
Em 2013, o prefeito de Lajeado, Luís Fernando Schmidt, chegou a anunciar que o governo municipal oferecera um terreno próximo ao Loteamento dos Médicos para a construção da sede. Mas, apesar do esforço conjunto, o posto avançado do IGP foi anunciado para Santa Cruz do Sul.
Conforme o secretário de governo, Auri Heisser, a ideia é unir governo municipal, Codevat, CIC e Univates para tentar, outra vez, instalar um IGP no Vale do Taquari. Em julho do ano passado, eles foram até a sede do IGP de Porto Alegre para pleitear o empreendimento. Objetivo é garantir uma Coordenadoria Regional de Perícias (CRP) em Lajeado, a ser construída no Centro Universitário da Univates.
De acordo com o assessor jurídico da Univates, Júnior Roberto Willig, o projeto segue em processo de construção. Mas não há nada confirmado. “Formatamos os detalhes do contrato. Mas, por hora, vamos apenas reformar, a partir de março, o atual prédio do DML junto ao cemitério do Florestal.” Ele também confirma a entrega, em breve, da câmara fria para ser utilizada na unidade.
