Problema social e ambiental comum na região vira tema central do desfile de Carnaval na cidade. A festa ocorre na próxima sexta-feira, 5. Em paralelo, a coordenação de cultura programa a Festa do Momo.
Haverá apresentação de cinco blocos e desfile de rua com as Escolas de Samba Inhandava, de Bom Retiro do Sul, e Malandros do Samba, de Venâncio Aires. O evento é tradicional na cidade e ocorre faz 33 anos.
Em 2016, o investimento de R$ 20 mil vem da iniciativa privada. A empresa Couros Bom Retiro e Abastecedora AR financiaram o Carnaval. O montante custeará o desfile da escola da cidade, estrutura de som e banheiros químicos. A Inhandava preparou o tema-enredo Do Anonimato ao Estrelato – a saga de cães e gatos para promover a reflexão sobre os cuidados com os animais.
Para a presidente da escola, Lene Petry, 45, a escolha se dá pela gravidade e recorrência de maus tratos e abandonos de animais. “Queremos gerar mudança na sociedade.”
Com a divulgação da festa, a organização arrecada rações e materiais a serem doados para a Apama, de Lajeado. A ONG recolhe animais abandonados na cidade e os leva para o canil.
Luta para manter a tradição
A festividade é a segunda maior na cidade e atraiu cinco mil pessoas na edição passada. O Carnaval de rua é o único confirmado na região. Outras cidades cancelaram por falta de recursos. Conforme Lene, manter a escola em atividade exige dedicação e paixão.
A Inhandava foi fundada em 1983 e contará com 120 pessoas na passarela, com idade entre 5 e 90 anos. A bateria é composta por 30 instrumentistas. Lene está na presidência da entidade faz dois anos. O empenho pelo Carnaval e pela escola é herança de família. Desde criança, via os pais desfilarem.
Como líder, incentiva a juventude. O ingresso de famílias também contribui para perpetuar a tradição. O mestre de bateria mantém projeto que ensina as crianças a tocarem os instrumentos.
