A falta de indicação de vias alternativas à ERS-129 motivou o parecer negativo à proposta de municipalização do trecho de Arroio do Ouro.
Sem o respaldo do Daer, a proposta do Executivo de pavimentar cerca de três quilômetros da via fica suspensa, apesar de ter recursos garantidos desde o ano passado.
As exigências fazem parte de normativa do Daer do ano de 2014. Por ela, se o trecho for o final da estrada, é preciso apresentar uma rota alternativa para garantir a continuidade da rodovia. Outra possibilidade é a construção de novo traçado para substituir o original.
Mesmo com o posicionamento, autarquia e governo mantêm negociações e novo projeto deve ser apresentado em dez dias na sede do Daer, em Porto Alegre. A tendência é de indicação da Transantarita e Linha Delfina como possíveis desvios. Em nota, representantes do órgão reconhecem a existência de alternativas não apresentadas formalmente.
Mobilização local
O parecer emitido pela equipe de Traçado da autarquia estadual surpreendeu o prefeito em exercício, Valmor Griebeler, no início desta semana. Nessa quarta-feira, 27, ele e o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Estrela, Marco Wermann, estiveram na Superintendência Regional para buscar alternativas ao processo.
Griebeler demonstra otimismo e ressalta o apoio recebido no dia 27 e a garantia dos recursos obtidos com o Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (Badesul). Segundo ele, os valores são exclusivos para o desenvolvimento da obra, sem possibilidade de realocação.
De acordo com Griebeler, o posicionamento do Daer foi uma decisão técnica, mas deixou de avaliar o contexto atual da via. “É uma rodovia com mais de cem anos e hoje tem outra realidade e demanda. Essa obra é prioritária para a população e para o município. Se justifica só pela sua importância econômica da região.”
Mais de 20 anos
A espera pela pavimentação trouxe incerteza para os moradores de Arroio do Ouro. José Wille, 73, reside faz 23 anos às margens da ERS-129. No período, afirma, promessas de execução da obra são frequentes, mesmo sem um desfecho favorável à população. “Já fomos tão iludidos que só acredito neste asfalto com as máquinas aqui. Se o Daer está falido, não entendo o motivo de não deixar fazerem isso logo.”
De acordo com ele, em 2015, diversas reuniões trataram sobre o tema. A visita periódica de representantes do poder público à localidade dava esperanças à população. Com problemas respiratórios, salienta o aumento da qualidade de vida com a redução da poeira da estrada.
