Enquanto em muitas propriedades a sucessão ainda é um desafio, a família Schaeffer comemora a escolha da filha Vanessa, 17. Moradora de Daltro Filho, trabalha no cultivo de morangos no sistema semi-hidropônico em parceria com os pais.
Ela iniciou a atividade em julho do ano passado e prevê um faturamento anual de R$ 76 mil. Segundo Vanessa, o desejo de permanecer na lavoura veio depois de concluir o Ensino Médio.
“Na indústria o trabalho talvez seria mais fácil, mas decidi ser dona do meu próprio negócio.” Foram investidos R$ 4 mil na construção da primeira estufa. Materiais do antigo aviário da família foram reaproveitados. Outros R$ 30 mil foram financiados para montar mais três estruturas, comprar plástico, arcos de ferro, postes de madeira e substrato para cultivar as mudas de morango.
O pai Roberto Carlos Schaeffer, 45, faz o trabalho mais pesado, enquanto a mulher Marta auxilia na colheita e demais serviços. “Me orgulho dela. É difícil encontrarmos jovens dispostos a permanecer no campo.” Além de qualificar o processo produtivo, Vanessa projeta aumentar a oferta de frutas para atender mercados.
A propriedade está localizada próxima do Convento São Boaventura, um dos principais pontos turísticos da cidade. “Quero trazer os turistas para conhecer o sistema e vender o morango direto na lavoura.”
Assistência técnica
Sem curso específico, busca orientações com a Emater e produtores locais. Para controlar as pragas, utilizam apenas produtos naturais. “Colocamos em garrafas PET morangos batidos e açúcar para eliminar as moscas. Não usamos nenhum tipo de agrotóxicos.”
As condições meteorológicas são favoráveis à plantação. Em períodos propícios, colhem cinco quilos por dia. Em janeiro e fevereiro, a produção reduz para três quilos. A cada feira do produtor chega a vender dez quilos, ao preço médio de R$ 13 cada.
Produz duas variedades. A albion se destaca pelo fruto doce e produção elevada de mudas. No entanto, a produtividade é menor. A san andréas é destaque pela boa produção por ciclo.