A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu, ontem, mudar o sistema de bandeiras tarifárias que cobra valores extras nas contas de luz quando a produção de energia encarece, aplicado desde 2015 em todo o país.
A principal alteração será a criação de um novo patamar de cobranças. Decisão deve baratear as tarifas a partir de 1º de fevereiro.
Com a mudança, o valor da tarifa extra paga pelos consumidores, denominada bandeira vermelha, vai cair dos atuais R$ 4,50 para R$ 3 a cada 100 killowatts-hora (kWh) de energia consumida. O sistema tem hoje três patamares, representados pelas bandeiras verde, amarela e vermelha.
Conforme a Aneel, não há custo adicional na verde. A amarela significa que houve certo aumento no custo para gerar energia e, a vermelha é referente ao fato desse custo de produção estar muito alto. Na decisão de ontem, a agência também decidiu reduzir, em 40%, o valor da tarifa adicional da bandeira amarela. O preço passa de R$ 2,50 para R$ 1,50.
Segundo o diretor da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, a definição de dois níveis para a bandeira vermelha permite maior flexibilidade frente às variações na produção de energia. Para os consumidores, ela continua a indicar alto custo na geração. Com isso, devem ser mantidas medidas para evitar o desperdício.
Alívio nas contas
Para o cabeleireiro Jonatas Selke, 26, a redução nas tarifas representará aumento nos índices de lucratividade, reduzidos no último ano. “Em pouco tempo a conta passou de R$ 300 pra algo em torno de R$ 500 a R$ 600.” Alega que, apesar dos aumentos na conta, não foi possível adotar medidas de economia ou elevar o preço dos serviços. “Mantivemos a mesma rotina, pois tudo é essencial. Não queríamos descontar nos clientes.”
Gerente de uma padaria, Giovani Augusto Deboer, 24, afirma que o acréscimo nas contas superou os 30% neste ano, mesmo com ações para a redução de consumo. “Começamos a cuidar mais a questão de luzes acessas e fizemos racionamento.” Segundo ele, a redução terá pouco efeito se for de até 10%, pois os valores cobrados pelos fornecedores também cresceram. “Apenas se houver uma queda equiparável aos últimos aumentos teremos um alívio.”