O corpo de Gian Rosa Strapasson, 17, morador do Montanha, foi localizado pelas equipes de buscas ontem à tarde. O jovem havia se afogado por volta das 17h de domingo, enquanto se banhava, ao lado de familiares, na antiga cascalheira do Rio Forqueta, em Olarias. Foi a terceira morte por afogamento no Vale do Taquari neste verão.
De acordo com o pai do rapaz, João, a família aproveitou a tarde ensolarada para conhecer o local de banho, frequentado por dezenas de outras pessoas. Minutos depois de chegar, Gian e outros amigos atravessaram o rio caminhando por um trecho de cascalhos.
Na margem inversa ao ponto de encontro dos veranistas, o grupo caminhou pelo barranco por cerca de 300 metros. Dali, pularam no rio. Após nadar poucos metros, Gian começou a dar braçadas na água e a chamar por socorro. Antes que alguém pudesse alcançá-lo, ele afundou e não foi mais localizado.
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As buscas começaram de imediato e foram suspendidas ao anoitecer. Bombeiros de Lajeado retornaram ao local ontem de manhã. Entre dois, arremessavam garateias (ganchos) na água para tentar “fisgar” o corpo. Mas a prática se mostrou ineficaz pela profundidade superior a cinco metros em determinados pontos.
Populares e amigos de Gian ajudaram nas buscas. Morador do bairro Planalto, Armelindo Riqattis soube do afogamento pela rádio ontem de manhã. No começo, achou se tratar do filho de seu genro e, sem conseguir contato com os familiares, foi ao local para tentar ajudar. “Quando cheguei aqui vi que era neto de um amigo meu. Então resolvei auxiliar nas buscas até encontrar o corpo.”
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Conduzindo seu pequeno barco pesqueiro, Riqattis levava outros dois amigos de Gian pelo rio. Da mesma forma que os bombeiros, o grupo tentava encontrar o corpo com uma garateia. Mesmo com todo o empenho, os ganchos ficavam presos apenas em pedras e galhos. Mergulhadores do Grupo de Busca e Salvamento (GBS), de Porto Alegre, chegaram ao local apenas por volta das 15h (22 horas após o acontecido).
O corpo foi encontrado às 16h30min próximo do local do afogamento e foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) de Lajeado.
Comoção
Familiares de Gian acreditam que o rapaz tenha tido cãibras e por isso afundou. “Não tem outra justificativa, porque o trecho do rio parece uma piscina. Não tem correnteza”, aponta o pai. Dezenas de pessoas estiveram às margens do Forqueta, inquietas com o acontecido.
“Não dá para entender. Na sexta-feira eu estava com ele. Estávamos sempre juntos”, aponta o amigo Kaue Radeucker. Nas redes sociais, a comoção tomou as páginas do perfil de Gian.
Há anos, o jovem trabalhava em uma chapeadora de veículos do bairro Montanha. No fim do ano, ele concluiu o Ensino Médio. “O sonho dele era continuar trabalhando nessa área. Como terminou os estudos, queria abrir algo por conta. Até algumas máquinas havia comprado”, relata.