Insumo encarece e inflaciona carnes

Vale do Taquari

Insumo encarece e inflaciona carnes

Mercado prevê alta de 15% no preço de frangos e suínos para os próximos dias

Insumo encarece e inflaciona carnes

Após sucessivas elevações no preço da carne bovina, com alta superior a 60% em dois anos no RS, chega a vez de frangos e suínos passarem por reajuste. Projeção da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) aponta encarecimento em cerca de 15% nos próximos dias. A variação decorre de altas no custo de produção.

As cotações do milho e do farelo de soja, por exemplo, dispararam em diversas regiões do Sul e Sudeste nas últimas semanas, motivadas pela escassez dos cereais e pela crescente nas exportações. No caso do milho, o preço da saca subiu 14% neste ano.

Se comparado ao mesmo período do ano passado, a saca de milho encareceu mais de 50%, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A condição deixa líderes do setor produtivo apreensivos.

Nesta semana, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, destacou que a primeira safra é insuficiente para atender a demanda interna, o que deve resultar em novos aumentos. Ele defende a intervenção do governo para travar novos reajustes.

Nessa sexta-feira, a entidade se reuniu com líderes da indústria de aves para debater alternativas. Ao longo da próxima semana, o encontro ocorre com integrantes do setor de ovos. Na segunda-feira, a reunião será no Ministério da Agricultura. A ABPA sugere leilões do estoque público e incentivo aos produtores para o plantio da chamada “safrinha”, visto as lavouras de milho perderem espaço para a valorizada soja.

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Uma das peculiaridades do RS é que a demanda interna supera a oferta. Como o estado produz abaixo do próprio consumo, o milho precisa vir de outras regiões do país. Nas próximas semanas, o cereal deve começar a ser importado de países vizinhos, como Paraguai e Argentina.

Exportações e  preços em alta

Com a valorização do dólar no segundo semestre do ano passado, os setores de grãos e carnes ampliaram as negociações com o mercado externo. Mas o que resulta em euforia para a indústria acaba em transtorno ao consumidor.

Exemplo disso ocorreu com a carne bovina, que retomou vendas a países como Argentina e Estados Unidos no ano passado. Como a produção brasileira manteve patamares semelhantes, o produto encareceu de modo geral. Em 12 meses, conforme índice de preços do Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o incrementou chega a 28% no RS.

Condição semelhante com a carne suína. De acordo com a ABPA, as exportações acumularam crescimento de 9,7% no último ano, em comparativo a 2014. A Rússia lidera as compras do Brasil, com 44,6% das negociações. A carne de frango, por sua vez, teve crescimento de 5,76% nas vendas para o exterior.

Equilíbrio nas contas

Diante dos sucessivos aumentos na carne bovina, muitos consumidores passaram a comprar mais frango e suíno. Mas o prato alternativo também deve sofrer limitações. Exemplo disso ocorre na família de Simone Wobeto, moradora de Lajeado, que, apesar de considerar o alimento essencial na refeição, passou a pesquisar mais antes de comprar.

Nos últimos meses, Simone ampliou o número de refeições à base de frango ou suíno. “Sempre gostei de frango e como a carne bovina aumentou muito fizemos uma pequena alteração no cardápio.” Ela lamenta os consecutivos reajustes. “Quem sempre acaba perdendo e pagando a maior conta é o consumidor.”

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