Durante a manhã de sexta-feira, duas casas de madeira foram destruídas pelo fogo na Vila Esperança, em Canabarro. Outra moradia teve parte da estrutura queimada. Para combater as chamas, os Bombeiros Voluntários de Teutônia e os bombeiros de Estrela precisaram cerca de 15 mil litros de água. Moradores acreditam que houve curto-circuito na rede elétrica.
Giovani Meirence, 16, estava sozinho em uma das residências afetadas. Enquanto dormia, ouviu barulho de madeira caindo sobre o telhado. Levantou de imediato e saiu da casa. Tinha medo de ficar soterrado pelos escombros. Parte da casa em que estava foi consumida pelas chamas.
No local, mantinha criação de pombas. “Parte dos animais não conseguiu escapar e morreu.” A preocupação maior é a reconstrução da moradia. “Saí apavorado, correndo, descalço. Só pensei em me salvar.”
Zaire Ferreira Moraes, 49, havia alugado uma casa no local. Estava trabalhando em Linha Germano quando foi avisado pela sogra. Ao chegar na propriedade, se deparou com o fogo se alastrando pela casa. Conseguiu retirar apenas um botijão de gás. “Cortei a mangueira e retirei da casa para evitar explosão”, diz.
A residência de madeira havia passado por reformas e abrigava cinco pessoas. Outra no mesmo terreno era ocupada por uma mulher com três filhos. Todos os eletrodomésticos, móveis, documentos e roupas foram destruídos.
Reconstrução
A equipe do Departamento de Assistência Social do município visitou o local ainda de manhã e identificou as famílias. Conforme o secretário Édson Bonet, o primeiro passo é encaminhar a segunda via da documentação das vítimas.
A busca por doações de materiais de construção, eletrodomésticos, roupas e alimentos também compõe a lista de ações. Familiares das vítimas foram contatados para garantir moradia provisória, mas o objetivo é agilizar a reconstrução. O prejuízo foi enorme para as famílias, diz.
Localização inapropriada
As casas atingidas estão localizadas às margens da ferrovia, em estrada sem calçamento e sem nome. Existem duas faixas de limite para ocupação de área próximo ao trilho de trem da América Latina Logística. A mais extensa é de 30 metros e a menor de 15 metros. Além disso, nenhuma residência tem numeração e registro na administração municipal.
As edificações não respeitavam distância mínima entre uma e outra. Conforme Bonet, a área pode ter sido dividida com contratos diretos, sem reconhecimento legal. A medida ocorre devido ao custo para desmembrar espaço de terra e emitir certidão.
Embora exista dúvida quanto à legalidade do local, a assessoria de imprensa da Certel Energia afirma que todos os moradores estão regulares. O fornecimento de luz está registrado e conta com a documentação exigida pela cooperativa.
