Uma das rodovias de maior movimentação de veículos do Vale do Taquari, a ERS-130 volta a apresentar problemas de desníveis e buracos. Trecho de 3,6 quilômetros no perímetro urbano da cidade, recapeado no fim de 2013 pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), durou menos que os cinco anos anunciados na época. Em diversos pontos, a pista começa a se desintegrar.
Exemplo ocorre no bairro Montanha, entre o viaduto da avenida Benjamin Constant e a alça de acesso à BR-386, onde o pavimento apresenta uma série de rachaduras. Além disso, dois trechos já demandaram serviço de tapa-buracos, como na ponte sobre o Arroio Saraquá. Ao longo do percurso, são pelo menos 13 buracos.
O trecho reformado no fim de 2013 – entre o entroncamento com a BR-386 e o trevo de acesso a Cruzeiro do Sul, estava em condições precárias. Havia um buraco a cada oito metros. Vencedora da licitação, a construtora Conpasul recapeou o trecho em cerca de um mês, ao investimento aproximado de R$ 900 mil. Ainda naquela época, o serviço precisou ser refeito em pelo menos três pontos em virtude do aparecimento de desníveis.
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Caminhoneiro faz 22 anos, Elmar dos Santos Amaral, 64, de Guaporé, critica a pouca durabilidade do novo pavimento. “Investiram centenas de milhares nesse trabalho. O dinheiro foi jogado fora, porque em poucos meses quase toda a pista estará repleta de remendos”, aponta ao cobrar intervenção do Ministério Público (MP) e do Conselho Regional de Pedágios (Corepe).
Rafael Siqueira Filho, 27, morador de Lajeado, compartilha a opinião de Amaral. De acordo com ele, o mínimo seria que estradas pedagiadas estivessem impecáveis. “Pagamos dobrado para circular nas rodovias, tanto pelo IPVA como em tarifas de pedágio. Isso é mais que o suficiente para investirem em infraestrutura e não apenas em tapa-buracos”, destaca ao lembrar a proposta do governo estadual ao criar a EGR, de melhorar rótulas e construir viadutos.
Serviços questionados
No início do ano passado, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) instaurou inspeção especial para averiguar os investimentos realizados pela EGR. Havia indícios de superfaturamento, pagamentos por serviços não efetuados e qualidade insuficiente nos trabalhos.
O tipo de licitação utilizado também estava em desacordo com a legislação, afirmaram auditores na época. Apesar da mobilização, que resultou na reformulação de diversos contratos, nenhum relatório final veio a público.
A condição do pavimento da ERS-130 será debatida no próximo encontro do Corepe Trecho 7, responsável pelas três praças de pedágio na região: Cruzeiro do Sul, Encantado e Boa Vista do Sul. A reunião será no início de março.